Estupro tem caráter cultural para haitianos

Astatísticas são precárias, como quase tudo no Haiti, mas organismos internacionais e haitianos contabilizam: 264 mulheres foram estupradas nos cinco meses após o terremoto que, em janeiro de 2010, devastou a capital Porto Príncipe e vitimou pelo menos 220 mil pessoas. Mais da metade das vítimas eram menores de idade.
Se as violações ocorreram em meio ao desespero pós-tragédia, outro fator também é levado em conta pelas autoridades do país caribenho ao tratar de episódios de sexo forçado: parte dos estupros – o que inclui mulheres e homens como vítimas – são considerados “culturais” e consolidados para que jovens possam ser respeitados como homens adultos em sua sociedade.
No início da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), por exemplo, militares brasileiros foram relatados de momentos de terror por um padre italiano que foi sequestrado com uma noviça, estuprada à exaustão por supostos praticantes do vodu.
“É um problema sério esse da violência sexual. Os garotos têm toda essa fase de passagem, um rito em que eles precisam violentar alguém. É um pouco da cultura e está sendo combatido”, explica o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman.
Nos mais de cem acampamentos de desabrigados e desalojados na capital Porto Príncipe, os estupros não são regra, mas tampouco podem ser desconsiderados. Homens e mulheres de diversas famílias chegam a dividir a mesma barraca, feita de lona e com não mais de quatro metros quadrados.
Banham-se nus no meio das pequenas ruas. Um levantamento do Fundo de População das Nações Unidas e do Ministério de Saúde Pública haitiano, ainda que não tenha apontado os “filhos do estupro”, registra que a taxa de gravidez em acampamentos três vezes maior que nos bairros comuns da capital do Haiti.
Fonte: Terra
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