Estados Unidos proíbem empresas americanas de venderem chips de inteligência artificial para China e Rússia
Os Estados Unidos impuseram novas restrições às vendas de chips de computador sofisticados para a China e a Rússia, na mais recente tentativa do governo de Joe Biden de dificultar o avanço de rivais em campos como computação de alto desempenho e inteligência artificial.
Os novos limites afetam os modelos avançados de chips conhecidos como unidades de processamento gráfico, ou GPUs, que são vendidos pelas empresas do Vale do Silício Nvidia e Advanced Micro Devices (AMD).
Esses chips foram originalmente desenvolvidos para renderizar imagens em videogames, mas na última década foram amplamente implantados nos maiores supercomputadores usados por cientistas e por empresas de internet para aplicações como reconhecimento de voz e objetos em fotografias e também em ferramentas de inteligência artificial.
Supercomputadores são usados em aplicações que incluem desenvolvimento de armas e coleta de inteligência, e alguns grandes sistemas na China têm sido associados à vigilância das minorias muçulmanas do país, como os uigures, na região de Xinjiang.
As restrições fazem parte de uma guerra fria entre China e Estados Unidos pela primazia em tecnologias avançadas. O governo Biden, seguindo estratégia iniciada pelo ex-presidente Donald Trump, adotou medidas destinadas a restringir o acesso de empresas como a chinesa Huawei a chips avançados.
A China projetou muitos chips por conta própria, mas geralmente depende de fábricas em Taiwan para fabricar os modelos mais avançados.
A Nvidia, de longe a maior fabricante de GPUs, disse que o governo federal agora exigirá que ela busque licenças de exportação para vender dois chips de ponta usados nos servidores de data centers. O governo disse que a nova exigência abordaria o risco de que esses produtos possam ser usados ou desviados para uso militar na China e na Rússia, segundo a empresa.
A Nvidia tem muitos clientes na China, mas não vende para a Rússia. A empresa disse que as novas medidas afetam um negócio que gerou cerca de US$ 400 milhões em receita em seu trimestre fiscal mais recente.
Um porta-voz do Departamento de Comércio informou que está realizando uma revisão das políticas relacionadas à China e pode adotar novas medidas para manter as tecnologias avançadas fora ”de mãos erradas”.
Sem comentar especificamente sobre as restrições de chips, o porta-voz disse que possíveis passos futuros incluem “impedir a aquisição e uso de tecnologia dos EUA pela China no contexto de seu programa de fusão militar-civil para alimentar seus esforços de modernização militar, realizar abusos de direitos humanos e permitir outras atividades malignas”.
Nos últimos anos, o Departamento de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio reforçou as restrições ao fornecimento de certas tecnologias americanas para a China, argumentando que as mercadorias estavam sendo vendidas por meio de cadeias de suprimentos civis, mas acabaram sendo direcionadas para usos militares, como armas, aeronaves e tecnologia de vigilância.
Por Redação