Documentário sobre expedição na Serra da Mocidade tem exibição gratuita

Longa-metragem ‘Novas Espécies – A Expedição do Século’ será exibido no dia 11 de setembro, no Teatro Amazonas. Aventura científica resultou na coleta de mais de 1,5 mil espécies

O longa-metragem inédito “Novas Espécies – A Expedição do Século” apresenta uma aventura científica no coração da Amazônia em exibição aberta ao público, com entrada franca, no Teatro Amazonas, na quarta-feira (11), às 20 horas. O filme mostra uma expedição de cientistas até o remoto Parque Nacional da Serra da Mocidade, em Roraima, onde mais de 1,5 mil espécies foram documentadas.
 
O evento comemora os 65 anos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Vão estar presentes durante a exibição o diretor do documentário Maurício Dias e o cientista chefe da aventura, o renomado ornitólogo especializado em aves amazônicas, Dr. Mario Cohn-Haft, que há 10 anos alimentava o sonho de chegar até o Parque.
 
“A Serra da Mocidade foi o lugar que identifiquei com as maiores chances de hospedar espécies novas para a ciência. Foi o maior alvo da minha pesquisa e a mais esperada expedição da minha carreira”, disse.
 
A expedição
 
“Novas Espécies – A Expedição do Século” registra 25 dias de aventura e emoções de um grupo multidisciplinar de 50 pesquisadores – especialistas em mamíferos, aves, répteis e anfíbios, peixes, insetos, fungos, plantas e geologia – do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), numa região remota da Floresta Amazônica, chamada Serra da Mocidade.
 
A expectativa por essa grande pesquisa inicia o documentário. Cohn-Haft conta a emoção da descoberta do mapa da Serra da Mocidade, uma região no meio da floresta que, por causa do isolamento, reúne condições para o desenvolvimento de animais e plantas ainda não catalogados. Mesmo vivendo na Amazônia há três décadas, ele nunca havia estado no local.
 
Existe a possibilidade de nenhum ser humano ter visitado a Serra da Mocidade antes da equipe de “Novas Espécies – A Expedição do Século”. Com o pico a quase dois mil metros de altitude e uma extensão de quase 80 km de serras completamente cercadas por terras baixas, a região não possui terra plana suficiente para pousar um avião, não existem estradas e os rios descem cachoeiras impossíveis de navegar.


Novas espécies
 
Quatro equipes de filmagem registraram os principais momentos da expedição. Na mata, o trabalho dos cientistas é muito diferente do que é nos laboratórios, como mostra o documentário. Eles têm de andar por áreas de difícil acesso para procurar plantas e animais para observação.
 
Mais de 1.500 espécies, entre plantas e animais, foram documentadas pela equipe de cientistas do Inpa, incluindo 95 novos registros para o Brasil e, ao menos, 80 novas espécies para a ciência que continuam em estudo de comprovação.
 
“Sobre os resultados alcançados pela expedição à Serra da Mocidade, dez novas espécies de plantas e animais colhidas já foram publicadas formalmente e as outras permanecem em análise pelas equipes de cientistas do INPA”, explica Dr. Mario CohnHaft, cientista-chefe da expedição
 
O longa foi realizado pela Grifa Filmes, que levou uma equipe de filmagem para trabalhar no registro da expedição e no apoio estrutural e logístico da viagem. O diretor Maurício Dias avalia que o documentário é uma oportunidade para o grande público acompanhar os desafios de uma aventura científica verdadeira.
 
“Os resultados conquistados pela ciência tendem a se restringir ao mundo acadêmico. (…) Acredito que nosso filme colabora para revelar o empenho desses especialistas que não medem esforços em busca de conhecimento”, contou.
 
Para o longa, atuaram ainda em coprodução a Globonews, Globofilmes, Filmland, a produtora alemã Gebrueder BEETZ, o canal ZDF/ ARTE, da Alemanha, e a NHK, do Japão. A teve apoio do Inpa, do Comando Militar da Amazônia (CMA), do 4º Batalhão de Aviação do Exército, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Parque Nacional Serra da Mocidade.
 
Foto: Divulgação/Marcos Amend