Delação da Hypermarcas que cita Eduardo Braga é homologada no STF

“Na delação de executivos e em provas obtidas pela Polícia Federal haveria provas de que a Hypermarcas pagou propina a senadores do MDB”

 

O ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou as delações premiadas de executivos da Hypermarcas (atual Hypera Pharma). Senadores do MDB, entre eles Eduardo Braga, do Amazonas, aparecem nessas delações.

Os acordos de delação foram firmados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Das quatro colaborações, três foram homologadas pelo ministro do STF.

Na delação de um dos acionistas do grupo, as negociações envolveram a multa mais alta da história da PGR aplicada a um único delator: R$ 1 bilhão.

Conforme o G1, o caso está sob sigilo e não há detalhes do que os colaboradores declararam aos investigadores.

Operação obteve provas

Esse acordo de delação vinha sendo tentado desde 2018, e só consolidado agora.

Ainda como Hypermarcas, fabricante de medicamentos, a empresa foi alvo da operação Tira-Teima, da Polícia Federal, em abril desse ano.

Conforme a polícia, a Hypermarcas era suspeita de pagar propinas a políticos do MDB e PSDB de 2013 a 2015. Lobistas presos na operação Lava Jato citaram seu nome e de outros executivos da empresa.

Consequentemente, em 2016, o ex-diretor da empresa Nelson José de Mello fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). E confessou pagamento de R$ 26,4 milhões a medebistas e tucanos para favorecimento em projetos de lei no Congresso.

Um desses projetos é o da MP (medida provisória) 627, sobre tributação de empresas brasileiras no exterior.

Acordo reajustado

Há pouco mais de um ano, o acordo de delação de Mello com a PGR correu risco de ser desfeito porque ele omitiu fatos e nomes.

Por exemplo, ele não disse que a Hypermarcas agiu para ter vantagens na MP 627 e mentiu ao não entregar os políticos que receberam propina. Em agosto deste ano, sua delação foi aceitada depois que confirmou esses nomes.

De acordo com o jornal O Globo, provas obtidas pela Polícia Federal encontraram esses nomes. Planilhas da propina envolvem os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), e outros.

“No ‘Projeto Parintins I (AM)’ , alude-se a Eduardo Braga, um dos ‘amigos’ de Milton Lyra expressamente mencionados por Nelson Mello”, escreveu a PGR.

 
Foto: BNC Amazonas
https://bncamazonas.com.br

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