Suspeita de ataque hacker: site do Vaticano sai do ar após “tentativas anormais de acesso”

O site do Vaticano parou de funcionar na tarde desta quarta-feira após “tentativas anormais de acesso”, informou o serviço de imprensa da Santa Sé, depois de sofrer um suposto ataque informático.

O embaixador ucraniano na Cidade do Vaticano culpou a Rússia por este ciberataque, que ocorre um dia depois de Moscou criticar as declarações do Papa Francisco sobre a guerra na Ucrânia.

“Estão em andamento investigações técnicas devido a tentativas anormais de acesso ao site”, disse Matteo Bruni, diretor do serviço de imprensa do Vaticano, à AFP na noite dessa quarta-feira (30).

Várias páginas da Santa Sé não funcionaram na tarde de quarta-feira e o portal oficial vatican.va ainda não voltou a funcionar durante a noite.

Este suposto ataque informático ocorreu um dia depois de as autoridades russas terem manifestado a sua “revolta” perante as recentes declarações do pontífice, nas quais qualificou de “cruéis” as minorias étnicas russas que participam na guerra na Ucrânia.

“Geralmente, os mais cruéis talvez sejam os povos que são da Rússia, mas não são da tradição russa, como os chechenos, os buryats etc.”, disse o pontífice em uma entrevista para a revista jesuíta dos Estados Unidos “America”.

“Terroristas russos atacaram as páginas do Estado do Vaticano hoje”, disse o embaixador ucraniano no Vaticano, Andrei Yurash, no Twitter, que afirmou que o suposto ataque cibernético foi “uma resposta às últimas declarações” do papa.

O Vaticano é a sede da Igreja Católica e uma cidade-Estado soberana sem costa marítima, cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital da Itália. Com aproximadamente 44 hectares (0,44 km²) e com uma população estimada de 1.000 habitantes, é a menor entidade territorial do mundo administrada por um Estado.

A Cidade do Vaticano é uma cidade-Estado que existe desde 1929. É distinta da Santa Sé, que remonta ao cristianismo primitivo sendo a principal sé episcopal de 1,5 bilhão de católicos romanos (latinos e orientais) de todo o mundo. Ordenanças da Cidade do Vaticano são publicadas em italiano; documentos oficiais da Santa Sé são emitidos principalmente em latim. As duas entidades ainda têm passaportes distintos: a Santa Sé, como não é um país, apenas trata de questões de passaportes diplomáticos e de serviço; o Estado da Cidade do Vaticano cuida dos passaportes comuns. Em ambos os casos, os passaportes emitidos são muito poucos.

O Tratado de Latrão, de 1929, que criou a cidade-Estado do Vaticano, descreve-a como uma nova criação (preâmbulo e no artigo III) e não como um vestígio dos muito maiores Estados Pontifícios (756–1870), que anteriormente abrangiam a região central da Itália. A maior parte desse território foi absorvida pelo Reino de Itália em 1860 e a porção final, ou seja, a cidade de Roma, com uma pequena área perto dela, dez anos depois, em 1870.

Os papas residem na área, que em 1929 tornou-se a Cidade do Vaticano, desde o retorno de Avinhão em 1377. Anteriormente, residiam no Palácio de Latrão na colina Célio no lado oposto de Roma, local que Constantino deu ao Papa Milcíades em 313. A assinatura dos acordos que estabeleceram o novo Estado teve lugar neste último edifício, dando origem ao nome Tratado de Latrão, pelo qual é conhecido.

Por Redação

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