Rússia usou milhões de dólares para influenciar eleições de outros países

A Rússia enviou pelo menos US$ 300 milhões para partidos políticos de mais de 20 países desde 2014, de acordo com um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos ao qual o jornal “The Washington Post” teve acesso.

Em uma reportagem publicada na última terça-feira (13), o jornal afirma que o governo russo ainda tem planos de continuar a enviar dinheiro para enfraquecer sistemas democráticos ao redor do mundo e promover grupos políticos alinhados aos interesses russos.

O relatório foi encomendado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Um dirigente do governo que não quis se identificar afirmou ao jornal que decidiu-se revelar partes do relatório justamente para tentar atrapalhar os planos da Rússia de influenciar sistemas políticos de outros países. O texto do jornal afirma que nada é dito no relatório a respeito de atividades russas nos EUA (no entanto, a avaliação de agências de inteligência americanas e também do Senado é que os russos fizeram tentativas de interferência na campanha de 2016, quando Donald Trump foi eleito).

A ideia não é intimidar a própria Rússia, mas, sim, os partidos políticos de outros países, disse o dirigente de governo ao “The Washington Post”.

Os países citados no texto são:

— Albânia

— Montenegro

— Madagascar

— Equador

Também há um país asiático, que não foi nomeado, onde o embaixador russo teria dado milhões de dólares, em notas, a um candidato presidencial.

O dirigente de governo também diz que os russos usam empresas fantasmas e “think tanks” (centros de estudo) de fachada para influenciar a direção políticas de outros países (eventualmente, a favor de grupos extremistas).

O Departamento de Estado (órgão equivalente ao Ministério de Relações Exteriores) enviou um comunicado na segunda (12) para embaixadas dos EUA em mais de cem países em que descrevem as atividades russas e sugerem formas como os americanos podem responder (eles citam formas de punir pessoas que podem ser espiões russos que financiam atividades políticas em outros países; esses supostos espiões podem ser sancionados, proibidos de viajar ou expulsos).

O texto cita alguns empresários russos (um deles é conhecido como “o chef de Putin” porque ganhou dinheiro com restaurantes que fornecem comida para órgãos governamentais da Rússia).

Em um vídeo de 2018, quando Donald Trump ainda era presidente dos Estados Unidos, ele reconheceu que um de seus filhos se encontrou com russos durante a campanha de 2016.

Por Redação

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