Presos da Papuda cavam túnel de 11 metros e é descoberto dentro de cela

Detentos cavaram abertura de e amontoaram sacos de terra, expondo a vulnerabilidade da prisão
Uma tentativa de fuga de internos do Centro de Detenção Provisória (CDP),  no Complexo Penitenciário da Papuda, reflete a atual situação do sistema prisional do DF. Conforme denúncia  apurada com exclusividade pelo JBr. e confirmada pelo governo,  há três semanas, no dia 28 de setembro, os detentos   abriram um túnel de 11 metros de profundidade e 80 centímetros de altura para tentar escapar. Somada  agora a um     cenário de greve, a investida dos presos, ainda que frustrada, pode ter sido apenas o início de um problema muito maior. Para os familiares, uma rebelião é mais do que provável.
A tentativa teria ocorrido na Ala C do Bloco 1 do CDP. Além disso, os agentes penitenciários teriam encontrado facas em uma cela do centro de detenção. Eles teriam se deparado ainda com sacos cheios da terra retirada para abrir o túnel.
Barril de pólvora
Devido à suspensão das visitas por conta da greve dos agentes penitenciários, familiares protestaram em frente ao Palácio do Buriti. Na ocasião, a presidente da Associação de Familiares de Internos do Sistema Penitenciário do DF e Entorno (Afisp), Alessandra Paes, reclamou sobre a situação e relatou a falta de informações sobre o que aconteceu após a descoberta da tentativa de fuga. O marido, o irmão e o primo dela estão na Papuda.
“Estamos esperando a notícia de uma grande rebelião a qualquer momento. Eles estão agitados com a ausência da família, isso é arriscado.  Nós somos a única forma de ressocialização deles. Tem um mês que não vejo o meu marido. Além disso, a alimentação é precária, a água está sendo racionada e a superlotação é um grande problema”, afirmou Alessandra, ressaltando que a associação exige do governo visitas semanais e não quinzenais, como acontece atualmente.
Na ocasião, a mulher de outro preso relatou estar ciente da tentativa de fuga. “O problema é que as informações são sempre superficiais. As famílias não têm   notícia, a gente não sabe o que aconteceu com eles. A greve veio logo após a tentativa e, desde então, estamos sem nada. Meu marido é do CDP e eu não sei se ele estava no meio, não sei nem se ele foi castigado, estou muito preocupada. Já aconteceu de os agentes machucarem os internos no caso de tentativas de fuga. Normalmente, todo mundo paga pelo erro e os agentes suspendem as visitas para as famílias não os verem machucados”, acrescentou ela, lamentando a situação. “Existem celas com mais de 50 presos e o número de agentes não é suficiente para fazer a segurança”.
Procurada, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe)  informou que, devido ao trabalho  de inteligência, foi possível descobrir e evitar a fuga. “Os internos envolvidos foram   identificados e separados dos demais e irão responder administrativa e criminalmente pelo dano ao bem público”, completou.
“São unidades frágeis”
O presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do DF (Sindpen), Leandro Allan, também foi procurado pelo Jornal de Brasília para comentar o caso. Ele confirmou a tentativa de fuga dos internos há três semanas, mas garantiu que, ainda assim, está tudo sob controle. “Não há como negar que o sistema penitenciário é tenso por natureza, e que a possibilidade de rebelião sempre existe. No entanto, estamos fazendo de tudo para garantir a segurança de todos diante desse cenário”, afirma Allan.
Para isso, ele explica que os agentes que estavam de folga foram deslocados para as unidades prisionais. Portanto, o efetivo foi dobrado, completa ele. “Também não podemos esquecer que essa segurança é relativa, tendo em vista o número desproporcional de presos e agentes”, complementa.
O presidente do Sindpen destaca ainda que, atualmente, há 1.250 agentes para seis unidades prisionais, sendo que o número total de internos é de 15 mil. “Ou seja, são unidades frágeis e superlotadas”, aponta Allan, ressaltando que a greve suspendeu as visitas de familiares, os atendimentos dos advogados e as escoltas judiciais.
Por outro lado, Allan assegura que o fornecimento de água, alimentação e banhos de sol estão garantidos. “O abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). No entanto, nós permanecemos monitorando o serviço”, conclui.
Saiba mais
A suspensão de visitas de familiares e de advogados aos internos do sistema prisional é motivo de muita preocupação para a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Diante disso, os deputados distritais Ricardo Vale (PT) e Wellington Luiz (PMDB), respectivamente presidente e vice-presidente da comissão, fizeram uma visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, no último sábado, para verificar a   situação do local.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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1 Comentário

  • Arthur

    Primeiro que tudo, e9 a primeira vez que conmeto e obrigada pela maravilhosa mensagem de boas-vindas quando abri a caixa de comente1rios!Depois… pee7o desculpa por ne3o conseguir fixar-me no post. c9 que os nossos sentidos team inclinae7e3o para coisas macabras e eu ne3o consigo deixar de me fascinar com a capacidade de ridedculo de alguns comente1rios.E reitero o que a Sofia disse: oi, oi??mas ainda tenho espae7o ce1 dentro para dizer que sinto o mesmo, mais ainda agora que os meus mais velhos je1 team outra idade e comee7o a vea-los tornarem-se homens cedo demais.

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