Óleo venezuelano em praias do Nordeste, identificam análises
Um exame da Petrobrás já indicava que o material não tem origem nacional. Quantidade de produto recolhido chega a mais de 500 barris
Uma investigação realizada pela Marinha e pela Petrobrás constatou que as manchas que se espalharam pelo mar no Nordeste vêm, em parte, de uma “mistura de óleos venezuelanos”. O material recolhido das águas já equivale a mais de 500 barris de petróleo e alcançou mais de 130 pontos no litoral dos nove estados da região. Na manhã desta terça-feira (08/10/2019), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), insinuou, sem oferecer indícios, que as manchas poderiam ter sido fruto de uma ação criminosa.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, porém, limitou-se a garantir que o óleo não tem origem nacional. “Não é petróleo brasileiro”, disse, após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
“A função da Petrobras não é investigar de onde vem o óleo. Nossa preocupação foi se era um óleo produzido ou eventualmente comercializado pela Petrobras. Nós temos isso bem documentado, coletamos 23 amostras, nosso centro de pesquisas realizou análises bioquímicas e chegou à conclusão de que não se trata de nenhum óleo produzido e/ou comercializado pela Petrobras”, destacou.
Segundo ele, a companhia tem atuado ativamente na limpeza das praias do Nordeste, supervisionada pelo Ibama e em colaboração com o ICMBio e a Marinha, por meio do uso de suas estruturas e também de empregados. “Até ontem, pelo menos, não tenho os dados de hoje, a Petrobras removeu 133 toneladas de resíduo oleoso das praias do Nordeste”, disse.
Castello Branco informou que o volume recolhido equivale a mais de 500 barris de petróleo: “Isso indica que não é simplesmente a lavagem de um tanque de um navio. Alguma coisa extraordinária aconteceu, não sabemos o que é nem cabe à Petrobras, mas a outros órgãos, como Polícia Federal, Marinha, que têm essas atribuições”.
Ele não quis comentar o teor de um parecer enviado pela Petrobras ao Ibama, que indica compatibilidade entre o óleo que vazou no litoral brasileiro com o produto produzido por países africanos e pela Venezuela.
fonte:metropoles/ estadão