Microsoft demite 10 mil funcionários em nova rodada gigante de cortes nas empresas de tecnologia
A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (18), a demissão de 10 mil funcionários em todo o mundo, 5% do quadro global de funcionários – ainda não é possível saber como os cortes afetam a operação brasileira. Os funcionários demitidos devem ser avisados e continuam trabalhando até o dia 31 de março. A empresa se comprometeu a dar um aviso prévio de, pelo menos, 60 dias para todas as pessoas afetadas pelo corte e benefícios como plano de saúde e rendimentos de ações por seis meses.
“Essas são os tipos de escolhas difíceis que fizemos em nossos 47 anos de história para continuar uma empresa nesta indústria que é imperdoável para quem não se adaptar a mudanças de plataformas”, declarou o presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, em nota.
Em julho de 2022, a Microsoft já havia demitido cerca de 1,8 mil funcionários – equivalente à 1% da empresa. Em outubro, a companhia anunciou novas demissões, mas afirmou que manteria a contratação de profissionais em áreas estratégicas. Ainda assim, cerca de mais mil pessoas foram demitidas no processo.
Esse é o segundo maior corte da Microsoft em 8 anos. Entre 2014 e 2015, a companhia demitiu 25 mil pessoas quando abandonou a aquisição da Nokia, segundo o New York Times. Desde 2019, a Microsoft contratou 75 mil pessoas, em movimento de expansão acelerada do mercado de tecnologia em todo o mundo.
O corte acontece exatamente um ano após a Microsoft anunciar a compra da empresa de games Activision Blizzard em uma das maiores transações da história das empresas de tecnologia – o acordo foi de US$ 68,7 bilhões, maior da história do mercado de tecnologia.
De acordo com Nadella, algumas pessoas estão sendo notificadas já nesta quarta-feira e outras ainda vão receber o aviso ao longo dos próximos dois meses. Afirmando que cada processo deve seguir as leis trabalhistas do país em que o funcionário está localizado, Nadella indicou que as demissões vão afetar além dos trabalhadores dos EUA.
A empresa afirmou ainda que espera que o custo das demissões chegue a US$ 1,2 bilhão, marca que deve ser registrada no balanço da empresa no segundo trimestre de 2023 – na semana que vem, a gigante divulgará os resultados do trimestre encerrado em dezembro.
“Esse é um momento de tirar o curativo para preservar margens e cortar custos, estratégia que Wall Street vai continuar aplaudindo enquanto as empresas navegam por essa tempestade econômica”, escreve o analista Dan Ives, da consultoria americana WedBush, em comunicado a investidores.
Segundo Ives, não se trata de um movimento inesperado da gigante da tecnologia, que acompanha o movimento do mercado de cortar custos. “Não é um movimento de surpresa, já que Nadella precisava realizar custos antes tarde do que nunca em áreas não-estratégicas”, escreve o analista. Ele, porém, acredita que investimentos estratégicos em aquisições e em inovação devem continuar, citando a compra da gigante dos games Activision e aportes na firma de inteligência artificial OpenAI.
Por Redação