Japão desiste de tentar comunicação com sua primeira sonda lunar

O Japão abandonou os esforços para pousar sua ultrapequena sonda Omotenashi na lua, disse a agência espacial japonesa, frustrando as esperanças de o primeiro pouso lunar do país. A espaçonave da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa), lançada na missão Artemis I da Nasa, tem sofrido com problemas de comunicação desde que se separou do foguete do Sistema de Lançamento Espacial.

A Jaxa esperava tentar um pouso na noite de segunda-feira (21) se tudo corresse bem, mas a agência não conseguiu restaurar as comunicações a tempo.

O Japão teria sido o quarto país a pousar uma espaçonave na superfície lunar, depois da ex-União Soviética, dos Estados Unidos e da China. Medindo 11 centímetros por 24 centímetros por 37 centímetros, Omotenashi teria sido a menor nave a pousar na lua.

A Jaxa planeja realizar uma entrevista coletiva na terça-feira (29). A agência disse que trabalhará com outras organizações envolvidas para determinar o que deu errado e como seguir em frente.

O plano é continuar trabalhando para restaurar as comunicações com a Omotenashi, esperando que a nave possa ser usada para medir a radiação e para outros experimentos.

O projeto custou milhões de dólares, e a Jaxa pretendia que ele ajudasse no planejamento de futuras missões de exploração lunar de baixo custo. A outra sonda Jaxa lançada no mesmo foguete, Equuleus, está funcionando conforme o esperado.

Cápsula

A missão Artemis I concluiu uma nova etapa crucial em sua programação, na segunda-feira (21), quando a cápsula enviada ao espaço pela Nasa, a agência espacial americana, conseguiu completar com sucesso uma volta ao redor da Lua.

O feito foi realizado pela cápsula Orion, que é uma espaçonave tripulável, mas que atualmente transporta apenas três manequins no voo teste.

Tecnicamente, a Nasa considera o sobrevoo – realizado a uma altura de 130 quilômetros da superfície – como seu primeiro retorno à órbita lunar desde o programa Apollo, há 50 anos.

“Esse é um dos dias sobre os quais estávamos pensando e falando durante muito, muito tempo”, disse o diretor de voo Zeb Scoville.

Ao concluir o primeiro sobrevoo, a espaçonave mostrou que foi capaz de passar por uma zona sem comunicação direta com os engenheiros da agência espacial e reestabelecer posteriormente o contato com rede de conexão na Terra, a Deep Space Network (DSN), depois de ter viajado pelo “lado oculto” da Lua.

A missão Artemis I é considerada essencial para entender o que os futuros astronautas experimentarão durante uma futura missão tripulada. Foram medidos fatores como a vibração dentro dessa cápsula, a aceleração e a radiação.

Em outra fase dos testes, um aspecto fundamental na missão será avaliar a resistência da cápsula a altíssimas temperaturas de reentrada na Terra.

Ao mergulhar na atmosfera terrestre, o calor experimentado será de 2.750°C, aproximadamente metade da temperatura da superfície do Sol, que é de 5.504°C.

Por Redação

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