Instituto Mamirauá busca pesquisadores e oferece bolsas de até R$ 5.200

Projetos têm objetivo de estudar, mapear e entender como a agricultura se desenvolveu nas reservas Anamã e Mamirauá, no Amazonas. Inscrições podem ser feitas pela internet

O Instituto Mamirauá procura 19 bolsistas para dois projetos de pesquisa com o objetivo de estudar, mapear e entender como a agricultura tem se desenvolvido e influenciado a conservação ambiental nas reservas Amanã e Mamirauá, no Amazonas. As inscrições podem ser feitas por meio de uma Chamada Pública clicando aqui e para o e-mail chamadapublica.pci@mamiraua.org.br. Os valores das bolsas variam de R$ 2.860 a R$ 5.200, durante o período de até cinco anos.
A chamada Pública nº 01/2019 traz vagas para pesquisadores, técnicos e especialistas para executarem projetos de pesquisa nas diversas linhas de atuação do Instituto Mamirauá. Entre as formações procuradas, estão Biologia, Veterinária, Agronomia, Geografia, Arqueologia, Química, Engenharia (Florestal, Sanitária, Elétrica ou Ambiental), Botânica, Ecologia, Gestão de Políticas Públicas e Economia e outras áreas relacionadas a essas disciplinas.
Projetos
O cultivo de alimentos como meio de sobrevivência na Amazônia traz consigo a força do conhecimento tradicional herdado dos antigos moradores dessas terras. Estima-se que a agricultura de corte e queima, ou agricultura migratória, seja um modo de plantio que há pelo menos 3 milênios se perpetua na faixa mais equatorial das Américas, época de surgimento das aldeias sedentárias. O método, ainda utilizado em comunidades ribeirinhas por toda a região amazônica, consiste na derrubada de uma parte da mata e da queima desse material orgânico, cujas cinzas servirão como fertilizante para o solo. Roças migratórias
O primeiro dos projetos, o “Monitoramento remoto da conversão de hábitats florestais em agroecossistemas”, faz parte de um longo programa de monitoramento por imagens de satélite das áreas de conversão florestal (quando uma floresta passa a ser utilizada para a agricultura). As últimas análises da pesquisa trouxeram resultados muito positivos em uma avaliação desse processo ao longo de 30 anos, aferindo que 60% dos locais de plantio já são áreas reutilizadas pelos agricultores, tornando-se mais raros os casos de derrubada de floresta primária.
“A agricultura ainda não é tão impactante aqui quanto em outros lugares por estarmos falando de uma unidade de conservação e por lá não ter as estruturas que intensificam seu impacto: a densidade populacional é baixa e o plantio ainda é feito de um modo muito tradicional”, afirma Jéssica dos Santos, pesquisadora do Instituto Mamirauá, uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Para essa pesquisa, o bolsista necessita ter mestrado relacionado às áreas de sensoriamento remoto e geoprocessamento ou experiência comprovada de no mínimo 5 anos em Geografia, Ciências Agrárias, Engenharia Florestal, Ciências Biológicas, ecologia ou áreas afins.
Diferenças agrícolas
O segundo projeto de pesquisa citado, “Etnografia da produção agrícola e padrões de agrobiodiversidade em comunidades de várzea e terra firme na região do médio Solimões, Amazonas”, tem como objetivo entender as diferenças entre a agricultura praticada nesses dois ambientes presentes nas reservas Mamirauá e Amanã.
“A ideia é que a gente possa pensar em estratégias para fortalecer a prática da agricultura e torná-la uma fonte de renda segura para eles, mesmo diante dos atuais contextos de mudanças, além de garantir uma alimentação mais diversificada e estimular o desenvolvimento sustentável da região”, explica Júlia Ávila, pesquisadora do Mamirauá. O projeto exige mestrado em Agricultura, Ecologia, Botânica, Antropologia ou áreas afins, ou então experiência comprovada de no mínimo 5 anos após a emissão do diploma de nível superior.
Bolsas PCI
Segundo Alexandre Hércules, Coordenador de Pesquisa do Mamirauá, o Programa de Capacitação Institucional (PCI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é fundamental para que o instituto receba e capacite seus novos pesquisadores. “As bolsas dão oportunidades para pesquisadores que estão finalizando seus doutorados ou mestrados e é um caminho de entrada para o instituto. A grande maioria dos pesquisadores da casa chegaram aqui através desse tipo de bolsa. ”
Jéssica exalta a importância do período de bolsa para o aprimoramento de suas capacidades como pesquisadora. “O instituto é interdisciplinar e isso confere uma qualidade ainda maior para os dados coletados, para entende-los além daquilo que mostram. Porque conseguimos conversar com diferentes áreas de pesquisa, com diferentes profissionais, para compreender uma realidade que é incrivelmente complexa. A agricultura aqui tem uma relação muito íntima com a paisagem, com a subida e descida da água. ”
Fonte https://www.acritica.com

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