Homem teve peste bubônica na China. Saiba se há risco no Brasil

Homem teve peste bubônica na China. Saiba se há risco no Brasil   Notícias   R7 Saúde

“A bactéria Yersinia pestis, causadora da peste bubônica”

Após comer carne de coelho selvagem, um homem foi diagnosticado com peste bubônica na China: uma infecção bacteriana transmitida por pulgas de roedores, principalmente ratos. Trata-se de uma doença grave e pode ser fatal, mas, no Brasil, podem ocorrer apenas casos isolados, segundo o infectologista Carlos Fortaleza, da Sociedade Paulista de Infectologia.
“Pode evoluir para a forma septicêmica, que é capaz de causar falência de todos os órgãos, ou pneumônica. Ambas podem levar à morte”, destaca o especialista. “Se a peste atinge o pulmão, o próprio ser humano pode transmiti-la por meio de gotículas de tosse”, explica.
A peste bubônica, também chamada de “febre do rato”, é causada pela bactéria Yersinia pestis. A doença recebe esse nome porque se caracteriza pelo aparecimento de gânglios muito grandes, chamados de “bulbões”, descreve Fortaleza. A bactéria alcança o sistema linfático e se multiplica no linfonodo mais próximo, que fica inchado e dolorido.
Caso não seja tratada, ela mata de 30% a 60% das pessoas acometidas, de acordo com Fortaleza. “É necessário ter o conhecimento médico para suspeitar da doença, pois ela se tornou incomum”, ressalta.
“O tratamento pode ser com vários antibióticos bastante conhecidos, conforme recomendado pelo médico. Mas o que garante a eficácia é a rapidez com que ele é feito, e isso depende do diagnóstico rápido”, completa.
Além do aumento muito grande dos gânglios, os sintomas da peste bubônica incluem febre alta, mal-estar, fraqueza e dor de cabeça. Quando atinge o pulmão, também causa falta de ar, dor no peito e dificuldade para respirar. Eles levam de dois a seis dias para se manifestar, diz o infectologista
A pulga que transmite a peste não é parasita apenas do rato, ela se aloja em roedores silvestres e lagomorofos – mamíferos herbívoros, como o coelho e a lebre. Casos como o do homem na China também podem ocorrer. “Existe a possibilidade de contaminação ao se alimentar de animais infectados”, confirma Fortaleza.
No Brasil, durante os anos 1920, foram identificados casos no interior do Nordeste. A região é uma das áreas consideradas focos naturais da doença. A outra é a cidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro. O último caso ocorreu em Pedra Branca, no Ceará, em 2005, segundo o Ministério da Saúde.
Fortaleza assegura que não existe risco de epidemia no país. “As condições de saneamento melhoraram, podem haver apenas casos isolados”.
Entre 2010 e 2015, foram notificados 3.248 casos em todo o mundo – 584 deles foram fatais. A peste é mais frequente em Madagascar, na República Democrática do Congo e no Peru, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
De acordo com o infectologista, a maioria dos especialistas acredita que a peste bubônica seja a mesma peste negra que dizimou metade da população europeia na Idade Média.
“[A peste] é mais frequente em áreas onde tem grande quantidade de roedores em contato com seres humanos. Geralmente, isso ocorre em áreas urbanas, nos ambientes com pouca higiene”, explica.
Por isso, a prevenção está ligada ao saneamento básico e cuidado com a proximidade de roedores. “Pessoas com a peste pneumônica devem ser colocadas em isolamento pela possibilidade de transmissão direta”, afirma Fortaleza.
O diagnóstico é feito a partir da análise laboratorial e identificação da presença da bactéria no sangue, no escarro e nos linfonodos.
 
Reprodução / Organização Pan-Americana da Saúde
Fonte: noticias.r7.com

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