Guia da eleição nos Estados Unidos: o que vem após vitória de Donald Trump em primária da Carolina do Sul

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as primárias do Partido Republicano na Carolina do Sul, ampliando sua liderança na disputa pela candidatura do partido à próxima eleição presidencial do país, em novembro de 2024. Trump já havia vencido as primárias presidenciais republicanas de New Hampshire e de Iowa.

O resultado mostra que, apesar de ser alvo de diversas ações judiciais e de tentativas de barrar seu nome das cédulas de votação – cujo desfecho vai depender da Suprema Corte do país –, Trump continua disparado na frente na corrida para conquistar a nomeação republicana.

Na temporada de primárias nos Estados Unidos, serão definidos os candidatos que disputarão a Presidência na eleição de 5 de novembro.

Na votação geral, várias pesquisas mostram o ex-presidente republicano empatado ou até à frente de Joe Biden — o presidente democrata que deve ter seu nome confirmado para concorrer à reeleição.

Apesar de pesquisas de opinião indicarem que muitos democratas gostariam que o partido fosse representado por outro nome, os demais pré-candidatos até agora não oferecem ameaça a Biden.

As eleições presidenciais americanas, realizadas a cada quatro anos, são um processo longo e complexo, que começa quase dois anos antes da votação, quando pré-candidatos costumam formar comitês exploratórios para analisar suas chances na disputa e arrecadar fundos para a campanha.

Diferentemente do Brasil, onde há várias siglas importantes, nos Estados Unidos o sistema político é dominado por apenas dois grandes partidos: Democrata e Republicano.

Candidatos de agremiações menores ou independentes podem concorrer, mas não costumam ter chance.

O sistema eleitoral americano é descentralizado, a cargo de cada um dos 50 Estados. O calendário de prévias se estende até o meio do ano, quando os escolhidos para representar cada partido terão seus nomes oficializados em convenções nacionais.

Os eleitores americanos não escolhem seus candidatos à Presidência de maneira direta. Nas primárias, os votos elegem delegados partidários, que se comprometem em apoiar o pré-candidato que venceu na votação dos eleitores naquele Estado.

Esses delegados irão participar da convenção nacional de seu partido. O pré-candidato que receber os votos da maioria dos delegados na convenção nacional será coroado como candidato oficial do partido.

Na eleição geral, a decisão também fica a cargo de delegados, que formam o chamado Colégio Eleitoral, composto por 538 pessoas. Chega à Casa Branca o candidato que receber pelo menos 270 votos (a maioria) do Colégio Eleitoral.

Os candidatos

A Constituição determina que qualquer cidadão americano nascido nos Estados Unidos que tenha no mínimo 35 anos e tenha vivido no país por pelo menos 14 anos pode concorrer à Presidência.

A cada eleição, centenas de pessoas preenchem o formulário da Comissão Federal Eleitoral (FEC, na sigla em inglês) para disputar o cargo, muitas em tom de brincadeira e outras de maneira séria, mas sem chances de irem adiante.

Apesar da facilidade para se inscrever, disputar a Presidência americana para valer é tarefa difícil. Candidatos que não são nomeados pelos dois grandes partidos enfrentam diversos obstáculos para incluir seus nomes nas cédulas de votação.

As regras variam em cada Estado, mas costumam exigir dezenas de milhares de assinaturas de eleitores registrados. É comum que mesmo candidatos de partidos conhecidos, mas que não fazem parte das duas siglas principais, enfrentem dificuldades para aparecer nas cédulas de todos os 50 Estados.

No caso de democratas e republicanos, a disputa para ser o representante do partido nas cédulas costuma ser acirrada, e muitos dos que anunciaram ainda no ano passado sua intenção de concorrer à nomeação já desistiram antes mesmo do início das primárias.

Veja os principais nomes que permanecem na corrida eleitoral.

Republicanos:

– Donald Trump: O ex-presidente, que perdeu a eleição em 2020 e se recusou a admitir a derrota, lidera com folga as pesquisas. No entanto, enfrenta diversos processos na Justiça e é alvo de um esforço para barrar seu nome nas cédulas sob a acusação de que teria cometido insurreição.

– Nikki Haley: Ex-governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, vem ganhando terreno nas pesquisas como possível segunda colocada.

– Ryan Binkley: Empresário e pastor.

Democratas:

– Joe Biden: O presidente americano é o favorito de seu partido, mas também enfrenta resistência por conta de sua idade avançada e de algumas de suas políticas. Caso reeleito, terá 82 anos na posse.

– Marianne Williamson: Autora de livros de autoajuda, que concorre pela segunda vez.

– Dean Phillips: Deputado federal por Minnesota.

Independentes e de outros partidos:

– Robert F. Kennedy Jr.: Membro da poderosa família Kennedy e sobrinho do presidente John Kennedy, é advogado ambiental respeitado, mas ganhou fama como ativista anti-vacinas. Iniciou a campanha como democrata, mas depois decidiu concorrer como independente. Algumas pesquisas dão a ele mais de 20% das intenções de voto em uma eleição geral contra Biden e Trump.

– Cornel West: Professor universitário com passagem pelas mais prestigiosas universidades americanas e ativista progressista, concorre como independente.

– Jill Stein: Médica que disputa a indicação do Partido Verde e já concorreu em 2012 e 2016. Em 2016, foi acusada por alguns democratas de atrapalhar o desempenho de Hillary Clinton, ao atrair votos que poderiam ter ajudado a candidata democrata a vencer.

Por Redação

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