Eleições na Venezuela: Nicolás Maduro diz que pode haver “banho de sangue” caso ele não vença as eleições

O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, afirmou nessa quinta-feira (18), durante um comício na capital, Caracas, que o país cairá num “banho de sangue fratricida” caso sue partido não ganhe a disputa marcada para o próximo dia 28.

“O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória no dia 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou Nicolás Maduro nesta quinta-feira (18).

A fala ocorre logo após a justiça da Venezuela prender um assessor da principal opositora do governo de Maduro, Maria Corina Machado. Os Estados Unidos divulgou um comunicado nesta quinta-feira condenando a detenção. No início da semana, a ONG Laboratório de Paz divulgou um relatório em que afirma que, desde o início do período eleitoral, a Venezuela já deteve 71 opositores ou assessores de opositores.

María Corina também denunciou nessa quinta um atentado contra ela e sua equipe. “Vandalizaram nossos carros e cortaram a mangueira dos freios”, disse Machado. Favorita nas pesquisas, ela foi impedida em janeiro de concorrer à eleição.

Corrida eleitoral

A Venezuela realiza eleições em 28 de julho sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas —o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023.

Seu principal concorrente, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.

Maduro concorre ao terceiro mandato consecutivo — o primeiro foi em 2013. González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a PUD declarou que o “acesso ao sistema de inscrição” da candidata não tinha sido permitido.

Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.

Em outubro, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.

Preocupação externa

O governo do Brasil manifestou seu apoio a ela ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura de Yoris. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

Além do Brasil, ao menos 11 países manifestaram preocupação com as eleições (Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai).

Por Redação

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