Ceará recebe reforço de 2,5 mil soldados do Exército nas ruas durante motim de policiais militares
“Parte dos policiais militares do Ceará realizam motim em reivindicação por aumento salarial”
O Ceará conta com a atuação de 2,5 mil soldados do Exército Brasileiro, além de 150 agentes da Força Nacional, enviados ao estado para conter a crise na segurança pública após o motim de parte dos policiais militares.
Outros 150 agentes da Força Nacional devem chegar ao Ceará neste fim de semana, segundo o comandante de 10ª região militar, Fernando da Cunha Mattos.
Mattos chefia o patrulhamento das ruas em cidades da Grande Fortaleza devido à aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A lei entra em vigor em situação em que as forças padrões de segurança não conseguem garantir a ordem. Nesse caso, membros do Exército podem exercer poder de policiamento.
As Forças Armadas atuam no patrulhamento em cidades da Região Metropolitana de Fortaleza desde a manhã desta sexta.
Batalhões ocupados
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Os PMs têm cruzado os braços para pressionar por aumento salarial. O movimento também tem fechado batalhões – nesta sexta, ao menos 9 dos 43 estão ocupados pelos manifestantes – e atacado carros oficiais, que têm os pneus esvaziados para não poderem ser utilizadas.
Em um desses batalhões, o senador licenciado Cid Gomes foi baleado ao jogar uma retroescavadeira contra o portão que era mantido fechado pelos encapuzados. Ele não corre risco de morte.
A proposta do governo é aumentar o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em aumentos progressivos até 2022. O grupo de policiais que realiza as manifestações reivindica que o aumento para R$ 4,5 mil seja implementado já neste ano.
Na noite de quinta-feira (21), houve um encontro entre representantes dos policiais que participam do motim e uma comissão de senadores para por fim à paralisação. Mas, não houve acordo. Um dos pontos discutidos foi a anistia aos integrantes do movimento, mas o governo do Ceará diz esse ponto é inegociável.
A Constituição proíbe greve de agentes de segurança, como policiais militares, policiais civis, bombeiros e agentes penitenciários. Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) reiterou o veto.
A maioria dos ministros entendeu que, por se tratar de um braço armado do Estado, a polícia não pode fazer paralisação porque isso prejudica e afeta toda a sociedade. A decisão teve repercussão geral, ou seja, vale para todos os casos de greve de polícias que cheguem a qualquer instância da Justiça.
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