Brasileira se diz aliviada após filho que foi espancado e preso durante manifestações em Paris ser solto
A goiana Maria D’Austria Vieira, mãe do socorrista Rodolphe Vieira, de 25 anos, que foi espancado e preso pela polícia francesa durante uma manifestação, em Paris, disse que se sentiu aliviada após o filho ser solto, neste sábado (18). Um vídeo mostra as agressões contra o jovem, que protestava contra a reforma da previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron.
O socorrista, que é franco-brasileiro, foi liberado da prisão depois de passar mais de 60 horas preso.
Rodolphe trabalha no Corpo de Bombeiros na capital francesa e, junto com amigos, participava de um dos protestos que tomaram conta do país desde o mês de janeiro. A mãe contou que ele teve cortes na cabeça e ferimentos em outras partes do corpo e precisou ser levado ao hospital, mas está bem.
A mãe contou ainda que Rodolphe foi detido perto da casa da família, no sul da capital francesa. O Itamaraty foi avisado da situação e ela e o marido foram contactados pelo Consulado do Brasil na França. No final de sexta-feira, ele foi levado para o depósito carcerário do Tribunal de Paris.
Rodolphe mora na capital francesa com os pais e um irmão. A mãe do jovem ainda detalhou que a agressão aconteceu próximo ao fim da manifestação. Desde que foi realizada a prisão, nenhum familiar do jovem socorrista tinha conseguido ter contato com ele, somente a advogada, que informou a família que Rodolphe ficou bem machucado.
“Estamos muito chocados. Sempre fomos em manifestações e nunca fomos agredidos. É muito duro. Para mim, como mãe, é como se fosse uma tentativa de assassinato com tortura”, contou Maria D’Austria.
Manifestações
Só na quinta-feira (16), um dia depois da agressão e prisão de Rodolphe, 310 pessoas foram presas na França durante protestos. As manifestações começaram depois que o governo decidiu adotar a impopular reforma da Previdência sem o voto dos deputados, anunciaram as autoridades. O presidente Emmanuel Macron invocou um artigo da Constituição francesa que lhe permite aprovar o aumento da idade para a aposentadoria no país de 62 para 64 anos.
Nos últimos dez dias, milhares de franceses foram às ruas e fizeram greve contra a reforma. Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes reunidos na ‘Place de la Concorde’, próxima da Assembleia Nacional (câmara baixa), após a decisão do governo.
Por Redação