União Europeia dificulta entrada de turistas russos

Em mais uma sanção contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, obter vistos para viajar para a União Europeia (UE) será mais caro e mais demorado para os cidadãos russos. Os países da UE concordaram nesta quarta-feira (31) em dificultar a entrada de cidadãos russos nos 27 Estados-membros do bloco, mas não chegaram a um acordo sobre a imposição de uma proibição total de turistas da Rússia em resposta à guerra da Ucrânia.

Em encontro na República Tcheca, os ministros das Relações Exteriores da UE decidiram tornar mais caro e demorado para os cidadãos russos obterem vistos de curto prazo para entrar no espaço Schengen (zona de livre trânsito na Europa, que, além da maioria dos países da UE, inclui Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça).

A mudança será possível com a suspensão de um acordo de 2007 criado para facilitar as viagens entre a Rússia e a Europa. Em maio, a UE já havia reforçado as restrições de visto para funcionários e empresários russos.

Após o encontro, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, destacou o número crescente de russos que chegou à Europa desde meados de julho, alguns “para lazer e compras, como se nenhuma guerra estivesse ocorrendo na Ucrânia”.

Segundo Borell, isso se “tornou um risco de segurança” para os países europeus que fazem fronteira com a Rússia. No entanto, ele também ponderou que uma proibição geral de vistos não seria prudente.

Estudantes, jornalistas e aqueles que temem por sua segurança na Rússia ainda poderão solicitar vistos. A medida não terá impacto imediato sobre os cerca de 12 milhões de vistos já emitidos para cidadãos russos, mas a UE estuda formas de congelá-los.

Ucrânia critica medida

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descreveu a decisão como uma “meia medida”. Para ele, vistos só deveriam ser emitidos para russos por motivos humanitários ou para ajudar aqueles que claramente se opõem à guerra de Putin.

“A era da paz na Europa acabou, assim como a era das meias medidas. Meias medidas são exatamente o que levaram à invasão em grande escala”’, disse ele após a reunião.

Mais restrições

Países como Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Finlândia e Dinamarca defenderam uma proibição mais ampla de turistas russos.

“Precisamos aumentar imediatamente o preço para o regime de Putin”, disse o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Reinsalu. “A perda de tempo está sendo paga com o sangue dos ucranianos”, acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, que compartilha a fronteira mais longa da UE com a Rússia, sublinhou que seu país reduzirá, a partir desta quinta-feira, o número de vistos entregues a cidadãos russos para 10% do normal. Além disso, será possível solicitar o documento em apenas quatro cidades russas.

Por Redação

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