Autoridades dos Estados Unidos e da Colômbia estão preocupadas com o que pode acontecer se o ditador Nicolás Maduro não for derrotado na eleição do dia 28 na Venezuela; um quarto da população já fugiu do país

Autoridades dos Estados Unidos e da Colômbia estão preocupadas com o que pode acontecer se o ditador Nicolás Maduro não for derrotado na eleição do dia 28. Mais de 7 milhões de venezuelanos – um quarto da população – já fugiram do regime chavista na última década. Dos que permaneceram, um em cada três diz que pretende deixar o país se Maduro vencer.

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou os controles na fronteira. As travessias ilegais caíram mais de 50% desde 4 de junho, segundo a Casa Branca. “Estamos convencidos de que haverá um pico migratório se a ditadura não cair na Venezuela”, disse Ana Karina García, diretora de uma fundação que monitora o êxodo de venezuelanos.

Desde 2021, os EUA processaram 800 mil migrantes venezuelanos, incluindo 500 mil que entraram ilegalmente pelo México. “Há milhões de venezuelanos que gostariam de voltar, e é improvável que o façam se Maduro vencer”, disse Katie Tobin, ex-assessora de Biden para imigração.

A oposição venezuelana transformou o êxodo em peça-chave da campanha contra Maduro. “O êxodo uniu todos os venezuelanos, até os chavistas”, disse María Corina Machado, principal figura da oposição, que foi impedida de disputar a eleição pelo regime.

“O êxodo em massa de venezuelanos se tornou um elemento emocional que a oposição, por meio da mídia social, conseguiu capitalizar”, afirmou Ronal Rodríguez, professor da Universidad del Rosario, da Colômbia, e pesquisador do Observatório da Venezuela. “Acho que não há um único venezuelano que não tenha alguém vivendo na diáspora.”

As eleições venezuelanas serão realizadas em 28 de julho. Maduro tem como principal adversário o ex-diplomata Edmundo González Urrutia (Mesa da Unidade Democrática, centro-esquerda).

Em 20 de junho, o presidente venezuelano se comprometeu publicamente a respeitar os resultados do pleito em resposta à preocupação de parte da oposição e de observadores internacionais quanto à integridade do processo eleitoral. No entanto, afirmou que Urrutia planeja um golpe de Estado.

Campanha

Biden está envolvido em uma campanha eleitoral que tem a imigração como tema central. Por isso, ele tem trabalhado com aliados regionais para reduzir o fluxo migratório, principalmente reprimindo organizações criminosas transnacionais, um fator importante no aumento da entrada de estrangeiros pela fronteira.

Jorge Peñaloza, prefeito de Cúcuta, na Colômbia, cidade fronteiriça de 700 mil habitantes – um terço dos quais venezuelanos –, espera uma nova onda de migrantes em caso de vitória de Maduro. “A cidade nunca estará preparada”, disse. “Vamos torcer para que não sejam mais 200 mil pessoas”.

Por Redação

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