Zelensky diz que Ucrânia está pronta para lançar contraofensiva contra Rússia

A Ucrânia está pronta para lançar sua contraofensiva na guerra contra a Rússia, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma entrevista a um jornal norte-americano.

“Acho que, a partir de hoje, estamos prontos para isso. Gostaríamos de ter certas coisas, mas não podemos esperar por isso por meses”, disse Zelensky sobre as tão esperadas manobras militares.

O presidente disse acreditar que a contraofensiva será bem-sucedida, mas não sabe ao certo quanto tempo levará.

“Todos sabem perfeitamente que qualquer contraofensiva no mundo sem controle nos céus é muito perigosa. Imagine o que um militar sente, sabendo que não tem um ‘teto’ e não consegue entender como os países vizinhos têm isso”, afirmou sobre sua campanha por aliados para fornecer caças F-16 à Ucrânia.

Zelensky reconheceu a superioridade da Rússia nos céus, acrescentando que a falta de proteção contra o poder aéreo russo significa que “um grande número de soldados morrerá” durante a contraofensiva.

“Se todo mundo sabe que precisamos de proteção para nossos céus, então qual é o problema em (nos dar) os jatos modernos? Qual é o problema?”, ele implorou.

Em maio, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushkoa, declarou que os países ocidentais correrão “riscos colossais” se fornecerem caças F-16 à Ucrânia.

Grushko fez a afirmação enquanto respondia a uma pergunta sobre as implicações de fornecer os jatos, que a Ucrânia vem solicitando aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar formada por 30 países.

“Vemos que os países ocidentais ainda estão aderindo ao cenário de escalada. Isso envolve riscos colossais para eles próprios”, disse Grushko.

Sobre a OTAN
Zelensky disse que entendia que a Ucrânia não seria capaz de ingressar na OTAN enquanto sua guerra contra a Rússia continuasse: “Não queremos estar na OTAN durante a guerra. É tarde demais agora. Devíamos ter estado lá antes”.

Todos os aliados da OTAN concordam que “a Ucrânia se tornará um membro da aliança”, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na quinta-feira, antes da próxima cúpula da aliança, que deve ocorrer em Vilnius, Lituânia, em 11 e 12 de julho.

Guerra na Ucrânia

A guerra entre Rússia e Ucrânia começou em fevereiro de 2022, após a invasão do território ucraniano pelos russos.

O marco inicial da guerra ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2022, com a invasão russa ao território ucraniano. Por meio de ataques terrestres e aéreos, os russos deram início ao que chamam de operação militar especial.

Ano passado, o avanço da Otan no Leste europeu foi usado como justificativa para um novo ataque russo, que acabou culminando no conflito que dura até hoje. Segundo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a presença da aliança na região se caracteriza como um risco à segurança de seu país.

As tensões entre os dois países, no entanto, vêm de longa data. Desde a sua independência na década de 1990, a Ucrânia busca aproximações com nações ocidentais, como a entrada na Otan.

Esses movimentos descontentaram a Rússia. Em 2014, o país já havia invadido a Crimeia, península localizada na região sul da Ucrânia, com o objetivo de anexá-la ao seu território. A área tem posicionamento estratégico, tanto para o comércio quanto para as atividades militares.

Em contrapartida, os ucranianos acreditam que a guerra está sendo usada pelos russos como uma forma de restabelecer a zona de controle e influência que a antiga União Soviética exercia na região.

A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada em abril, é de que 8.500 civis perderam a vida e outros 14 mil ficaram feridos na guerra.

Enquanto a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) calcula que cerca de 8,1 milhões de ucranianos buscaram refúgio em outros países da Europa.

 

 

Por Redação

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