Ucrânia diz que, em uma semana, 30% de suas estações de energia foram destruídas pela Rússia

Cerca de 30% das estações de fornecimento de energia elétrica de toda a Ucrânia foram destruídas por ataques russos apenas na última semana, afirmou nesta terça-feira (18) o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Pela manhã, estações em Kiev e em várias regiões do país foram bombardeadas. Por conta disso, o país vive “apagões em massa”, segundo o presidente ucraniano. Na capital ucraniana, duas pessoas morreram por conta dos bombardeios, lançados na cidade pela segunda semana consecutiva.

Os ataques fazem parte da nova estratégia do governo da Rússia, de atacar a infraestrutura das principais cidades da Ucrânia para desestabilizar . O governo russo confirmou a estratégia.

“Desde 10 de outubro, 30% das centrais elétricas foram destruídas, o que provocou grandes cortes no país”, afirmou Zelensky. “Eles continuam a fazer o que fazem de melhor – aterrorizar e matar civis”.

Em Kiev, a operadora DTEK registrou “interrupções” no abastecimento de energia elétrica e água na margem esquerda da capital. “Os engenheiros estão fazendo todos os esforços necessários para restabelecer a energia”, afirmou a operadora.

Há mais de uma semana, Kiev, que vivia uma relativa calma desde o fim de março, voltou a ser alvo de bombardeios russos. Na semana passada, Moscou fez seu pior ataque à capital ucraniana desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.

A ofensiva é uma dura resposta do presidente russo, Vladimir Putin, à explosão registrada dias antes na ponte que liga a Crimeia, península ucraniana anexada ilegalmente pela Rússia em 2014. A via, a única ligação da Crimeia com território russo, é também um forte símbolo da ocupação russa, e foi inaugurada pelo próprio Vladimir Putin em 2018.

Oficialmente, o governo ucraniano não reivindicou autoria da explosão na ponte, mas Kiev já esperava uma forte reação da Rússia.

Também nesta terça-feira, a Ucrânia recebeu 2 bilhões de euros (cerca de R$ 10 milhões) de ajuda da União Europeia.

Sobrevoo

O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta terça que dois de seus bombardeiros estratégicos Tu-95MS realizaram um voo de mais de 12 horas sobre o Oceano Pacífico e os mares de Okhotsk e Bering – onde fica a costa do Alasca, nos Estados Unidos.

A Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizam esta semana exercícios militares.

O voo das aeronaves russas, com capacidade nuclear, ocorreu em um momento de alta tensão na guerra da Rússia com a Ucrânia. Esta semana, a Otan e os Estados Unidos também disseram prever que a Rússia teste suas forças nucleares em breve.

O Ministério não especificou a rota realizada nas manobras. O mar de Okhotsk fica perto do Japão, e o de Bering, dos Estados Unidos.

As aeronaves foram escoltadas por aviões de combate MiG-31 e reabastecidas enquanto estavam no ar, disse o Ministério, que descreveu a missão como “um voo programado sobre águas neutras”, de acordo com as regras internacionais do espaço aéreo.

A Otan também está realizando exercícios de preparação nuclear esta semana e disse que espera que a Rússia faça o mesmo. O Kremlin afirmou nesta terça que não tinha informações sobre esse tipo de teste.

O presidente russo alertou em um pronunciamento em 21 de setembro que estava preparado para defender a “integridade territorial” da Rússia por todos os meios, incluindo armas nucleares, se necessário.

Por Redação

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