Ucrânia anuncia reunião de cúpula com a União Europeia com o objetivo de enviar um “sinal forte” para Rússia

A Ucrânia anunciou na terça-feira (31) a realização, na próxima sexta-feira, de uma reunião de cúpula com a União Europeia (UE). Kiev considera que, assim, enviará “um sinal forte” para a Rússia, quase um ano após o início da invasão.

“O fato de que a cúpula será realizada na capital ucraniana é um forte sinal, tanto para nossos aliados quanto para nossos inimigos”, declarou o primeiro-ministro, Denys Shmygal, sem revelar as autoridades que participarão do encontro. O governo ucraniano também informou que espera receber “entre 120 e 140” tanques de seus aliados ocidentais.

Em sua mensagem noturna ao país, o presidente Volodymyr Zelensky disse esperar que a reunião de cúpula em Kiev reflita um alto “nível de cooperação e progresso” com o bloco europeu, formado atualmente por 27 países.

A Rússia, por sua vez, anunciou ter capturado outro vilarejo perto da cidade de Bakhmut, no Leste, que há semanas se tornou o epicentro da guerra.

Nesta quinta-feira, a Ucrânia, candidata a se tornar membro do bloco, também realizará uma reunião de “consultas intergovernamentais” com a Comissão Europeia (Executivo da UE), anunciou Shmygal.

Casos de corrupção

Em outra frente, a Ucrânia realizou nesta quarta-feira operações de busca e apreensão contra um oligarca, várias administrações e funcionários públicos envolvidos em casos de corrupção, um problema que, em plena guerra, afeta os suprimentos do Exército.

David Arakhamia, líder do partido do presidente Volodymyr Zelensky, anunciou no Telegram que as operações policiais tinham como alvo o bilionário Ihor Kolomoisky, o ex-ministro do Interior Arsen Avakov, e o Tesouro ucraniano. Por sua vez, o chefe do serviço de alfândega foi demitido.

Há uma semana, vários funcionários públicos ucranianos foram demitidos em um caso de corrupção relacionado a suprimentos do Exército, o primeiro escândalo dessa magnitude desde o início da invasão russa. Nesta quarta, os investigadores também visitaram autoridades do Ministério da Defesa.

“O país vai mudar com a guerra e se alguém não estiver pronto para a mudança, o Estado virá e fará mudar”, disse Arakhamia, referindo-se à corrupção.

O império da mídia de propriedade de Kolomoisky, que já está sob sanções dos EUA por seu suposto envolvimento em “corrupção significativa”, ajudou a popularizar Zelensky como artista e depois apoiou sua carreira política. Kolomoisky nega qualquer irregularidade.

Vasyl Maliuk, chefe do serviço de segurança SBU do país, disse que “dezenas” de ações ocorreram na quarta-feira, visando o que ele descreveu como funcionários corruptos, agentes russos e aqueles que prejudicam a segurança do país.

“Não planejamos parar”, disse ele em um comunicado no Telegram. “Todo criminoso que tiver a audácia de prejudicar a Ucrânia, especialmente em condições de guerra, deve entender claramente que o colocaremos algemado.” As informações são da agência de notícias AFP.

Por Redação

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