Terremoto: entenda por que crianças têm mais chances de sobrevivência
Mais de 40 horas após o terremoto devastador que abalou a Turquia e a Síria, milhares de pessoas continuam sendo resgatadas. Entre os sobreviventes, estão crianças e bebês, apesar das condições climáticas adversas por conta do inverno rigoroso no Hemisfério Norte.
Segundo especialistas, em razão do seu tamanho, eles têm mais chances de serem encontrados com vida nos escombros, mas não podem passar muito tempo sem água ou comida.
O tremor, ocorrido na manhã de segunda-feira (6), matou quase 12 mil pessoas e outras milhares seguem desaparecidas.
Chances de resgate
Léo Farah, especialista em Redução de Risco de Desastres, explica que as primeiras horas durante um resgate são muito importantes, independentemente da idade das vítimas.
Segundo ele, com o passar do tempo, as chances de um resgate com vida vão diminuindo e, até 7 dias após um desastre, a possibilidade de encontrar um sobrevivente cai para em torno de 5%.
Mas esse intervalo de tempo varia muito. No [terremoto de 2010 do] Haiti, por exemplo, encontraram pessoas vivas 12 dias depois, porque se formam os bolsões que chamamos de “espaço vital isolado”, onde a pessoa consegue sobreviver.
Porém, no caso dos pequenos, Farah explica que, além do tempo, o principal fator que influencia, em parte, a possibilidade de um resgate com vida é o fato de crianças e bebês serem menores que os adultos e, assim, se acomodarem nesses pequenos espaços de ar.
Ainda de acordo com o especialista, apesar disso, nada impede que outras pessoas consigam sobreviver nesses casos.
“É lógico que, se a gente estiver falando de um adulto extremamente preparado, que consegue ter um raciocínio e um instinto de sobrevivência maior, ele vai ter uma chance natural maior”, diz Farah. No entanto, ele afirma que a possibilidade de um adulto ficar preso é maior.
Segundo Carlos Eduardo Pompilio, clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, o nosso corpo consegue até sobreviver um tempo sem comida, mas isso só vai acontecer se tivermos água. Ele explica que a quantidade de dias que conseguimos ficar sem água depende de fatores como peso, idade, doenças preexistentes e condições do ambiente.
A água é vital para a circulação e funcionamento de todos os órgãos. Além disso, ela fornece nutrientes, regula a temperatura e também lubrifica olhos e articulações. A falta de água, ou desidratação, provoca efeitos graves no corpo, até que ele pare de funcionar.
A desidratação pode levar à hipertermia, que leva a reações enzimáticas e podem provocar a paralisação completa dos órgãos. A perda de enzimas também pode causar uma coagulação do sangue nos vasos sanguíneos, impedindo a circulação.
Por Redação