SingularityU Uberlândia | Startups de TI e inovação precisam focar no coletivo

Nesta terça-feira (26), aconteceu em Uberlândia, Minas Gerais, o Uberhub Exponential Meeting, chapter da Singularity University que abrange temáticas sobre empreendedorismo, inovação e tecnologia e agrupa entusiastas das áreas. O evento contou com vários especialistas relatando cases de sucesso e histórias interessantes do mercado e da vida acadêmica.
Chamados de embaixadores, os experts da SU resolveram alterar a rota do eixo RJ-SP para encontrar na cidade mineira palco para o evento. Uberlândia, além de um grande polo logístico (é considerada a capital da logística de toda a América Latina), também é berço de uma cultura inovadora e empreendedora, que compreende um cenário com potencial riquíssimo para interessados e profissionais do setor — tanto que, em 2017, a cidade foi anunciada como a primeira do interior do Brasil a contar com um capítulo do Singularity.
De acordo com Anna Paula Graboski, embaixadora do chapter na cidade mineira, Uberlândia foi escolhida por uma série de fatores interessantes, com a qualidade de vida, o ambiente acadêmico e a geolocalização sendo três fatores essenciais para fazer dela um hub de tecnologia e inovação em franco crescimento no Brasil. Assim nasceu o Uberhub, o ecossistema de Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo da cidade mineira.
 

Anna Graboski, embaixadora do chapter da SingularityU em Uberlândia (Foto: Luciana Zaramela/Canaltech)

“A cidade tem uma riqueza cultural e de mentes pensantes. Por N motivos, Uberlândia acabou criando um ecossistema de TI que começou de forma desorganizada, mas quando as pessoas perceberam que tinham quase 200 empresas que trabalhavam com tecnologia na cidade, entenderam que era preciso se unir e criar algo mais concentrado”. Foi quando várias empresas da região se agruparam para concentrar esforços em tecnologia, desenvolver soluções e disparar no mercado — dentro e fora do Brasil.
Anna vem de uma família de nerds empreendedores e conhece a realidade de startups muito antes de o termo virar modinha, ou “gourmet”, como ela mesma brinca. “Eram 10, 20 empresas há duas ou três décadas. De repente viraram startups que começaram a crescer e se multiplicar. Assim, o Uberhub cresceu de modo totalmente descentralizado, criando esse ambiente colaborativo que temos hoje”.

Coletivo e sustentável

Durante todo o chapter, vários temas envolvendo tecnologia e inovação foram debatidos sob a tônica do coletivo. Passando por assuntos como Blockchain, criptomoedas, energia renovável, desenvolvimento sustentável e futuro do mercado de tecnologia, o principal paralelo traçado foi com os ecossistemas colaborativos e sustentáveis.
“Eu queria poder alcançar mais pessoas com um evento como este”, revela Anna, ao ser questionada sobre o balanço geral do Uberhub Exponential Meeting. Para ela, já passa da hora de pararmos de pensar de maneira individual também no mercado de TI. Precisamos pensar no coletivo e investir em educação mais abrangente, incluindo lógica de programação na grade curricular das crianças e adolescentes.
Estamos vivendo uma era cada vez mais VUCA (sigla em inglês para Volátil, Incerta, Complexo e Ambíguo) e isso tem tudo a ver com gestão, liderança e empreendedorismo. E em um cenário como esse, é preciso deixar o egoísmo e o egocentrismo de lado e partir em busca de soluções lógicas e ao mesmo tempo simplificadoras, que levem em conta o bem-estar coletivo.
Para Igor Lopes, co-founder do Transformação Digital e mediador do SingularityU Uberlândia, as startups precisam deixar um pouco de lado o viés pautado erroneamente sobre economia sustentável.  “É legal a gente ver ideias que tiram um pouco essa impressão de que projetos sustentáveis são pouco lucrativos. O painel solar orgânico é um belo exemplo de projeto sustentável extremamente rentável, capaz de trazer benefícios não só para a sociedade como também para o bolso dos investidores”, explica. Quanto às startups e a coletividade, Igor faz suas apostas: “Empresas que praticam a empatia e o ‘ajudar ao próximo’, certamente, têm lugar no mercado do século XXI”.

Igor Lopes, mediador do evento e co-founder do TD (Foto: Luciana Zaramela/Canaltech)

Com essa premissa em voga, o evento não teve fins lucrativos e destinou toda a verba para o Uberhub Code Club, um programa gratuito de incentivo à formação de jovens e adolescentes entre 13 e 21 anos na área da tecnologia. O projeto é parte do Code Club Internacional, um esforço mundial de capacitação de talentos presente em mais de 10 mil cidades, em 140 países.
A Singularity University é uma comunidade global presente em 65 países, 145 cidades com 400 eventos por ano, 25 startups exponenciais. Seu ponto mais forte é a aceleração de negócios e educação inovadora.

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Fonte https://canaltech.com.br
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