Repleto de erros, estudo que condenou hidroxicloroquina é retirado do ar
“O episódio já é visto como um escândalo científico de grandes proporções. Com o aval da OMS ao estudo, vários governos suspenderam as pesquisas com a hidroxicloroquina”
Foi retirado do ar o estudo usado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para declarar a hidroxicloroquina ineficaz no combate à Covid-19. A The Lancet, revista científica que publicou o trabalho, soltou uma nota afirmando que os autores “não conseguiram concluir uma auditoria independente dos dados que sustentam sua análise”. Veja a reprodução ao lado.
O episódio já é visto como um escândalo científico de grandes proporções. Com o aval da OMS ao estudo, vários governos suspenderam as pesquisas com a hidroxicloroquina mesmo que muitos outros médicos e pesquisadores, inclusive no Ceará, já tivessem trabalhos concluídos ou em andamento apontando bons resultados do medicamento quando usado aos primeiros sintomas da Covid em conjunto com a azitromicina e o zinco.
Veja a nota da Lancet
Hoje, três dos autores do artigo, “Hidroxicloroquina ou cloroquina, com ou sem um macrólido para o tratamento de COVID-19: uma análise de registro multinacional”, retiraram seu estudo. Eles não conseguiram concluir uma auditoria independente dos dados que sustentam sua análise. Como resultado, eles concluíram que “não podem mais garantir a veracidade das fontes de dados primárias”. O Lancet leva a sério as questões de integridade científica, e há muitas questões pendentes sobre o Surgisphere e os dados que supostamente foram incluídos neste estudo. Seguindo as diretrizes do Comitê de Ética em Publicações (COPE) e do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (ICMJE), análises institucionais das colaborações de pesquisa do Surgisphere são urgentemente necessárias.
O aviso de retratação foi publicado em 4 de junho de 2020. O artigo será atualizado para refletir essa retratação em breve.
Equipe Focus
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