Propostas de paz de Putin não são sérias, diz o primeiro-ministro alemão

Os líderes do G7, grupo das principais economias industriais ocidentais, não discutiram as propostas do presidente russo, Vladimir Putin, para a paz na Ucrânia, porque todos sabiam que elas não eram sérias, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Falando da Itália pouco antes de partir para a Suíça, onde participaria de uma conferência sobre a Ucrânia, Scholz disse que as propostas de Putin – para que a Ucrânia abandone quatro províncias que a Rússia reivindica, pare de lutar e abandone a sua ambição de ser membro da Otan – visavam apenas desviar a atenção da conferência.

Os chefes de Estado dos países do G7 e as lideranças da União Europeia se reuniram em Puglia, na Itália, onde discutiram nos últimos dias assuntos urgentes da pauta internacional, como a invasão russa à Ucrânia, mudanças climáticas e a guerra na Faixa de Gaza.

Na última sexta, Putin surpreendeu o mundo com uma proposta de cessar-fogo e pelo fim do que ele chama de “operação militar” na Ucrânia. O projeto de Moscou foi apresentado um dia depois do G7, as sete maiores economias do mundo, aprovar um fundo de US$ 50 bilhões para os ucranianos.

O presidente russo fez exigências praticamente impossíveis de serem cumpridas. Putin quer que a Ucrânia abandone definitivamente a ideia de fazer parte da OTAN e que o exército deixe imediatamente as quatro regiões conquistadas pela Rússia em território ucraniano. Ou seja, parar por aqui e, tudo o que os russos conseguiram, ficam com eles. Hoje, a Rússia tem o domínio de quase 20% do território do país europeu.

“É claro que os direitos e liberdades dos cidadãos de língua russa na Ucrânia devem ser plenamente garantidos, as novas realidades territoriais e o estatuto da Crimeia, de Sebastopol, das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, as regiões de Kherson e Zaporozhye”, disse Putin.

O presidente russo ainda pediu: “É claro que isto também significa o levantamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia”.

Críticas

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, criticou as condições estabelecidas por Putin, chamando-as de proposta para “mais agressão, mais ocupação”.

“Essa não é uma proposta feita de boa fé. Essa é uma proposta que, na verdade, significa que a Rússia deve alcançar seus objetivos de guerra, esperando que os ucranianos desistam de muito mais terras do que a Rússia conseguiu ocupar até agora”, disse Stoltenberg aos repórteres após uma reunião de ministros da Defesa em Bruxelas.

As autoridades ucranianas também criticaram a proposta de Moscou. Conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podolyak declarou nas redes sociais que “não há novas ‘propostas de paz’ da Rússia. A entidade Putin expressou apenas o ‘conjunto padrão do agressor’, que já foi ouvido muitas vezes. O seu conteúdo é bastante específico, altamente ofensivo ao direito internacional e fala de forma absolutamente eloquente sobre a incapacidade da atual liderança russa para avaliar adequadamente as realidades”.

Por Redação

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