Primeiro-ministro de Israel classifica mortes de civis em Rafah como “erro trágico”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (27) que um ataque aéreo em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que matou 45 palestinos, não tinha como objetivo causar vítimas civis e será investigado.

“Em Rafah, já retiramos cerca de 1 milhão de residentes não combatentes e, apesar de nosso maior esforço para não prejudicar os não combatentes, algo infelizmente deu errado tragicamente”, pontuou em discurso no Parlamento que foi interrompido por gritos de parlamentares da oposição.

“Estamos investigando o incidente e chegaremos a conclusões, porque essa é a nossa política”, adicionou. No domingo (26), os militares israelenses disseram que mataram duas pessoas importantes do alto escalão do Hamas no ataque.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) identificaram os indivíduos como Yassin Rabia, que seria o comandante da liderança do Hamas na Cisjordânia, e Khaled Nagar, que seria uma autoridade do Hamas na mesma região. Os militares destacaram que fizeram a ação no noroeste de Rafah “baseada em inteligência precisa”.

Após as imagens da ação militar israelense, os Estados Unidos exigiram que Israel tome todas as precauções para proteger civis.

“Israel tem o direito de ir atrás do Hamas, e entendemos que este ataque matou dois terroristas do Hamas que são responsáveis por ataques contra civis israelenses”, ressaltou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

“Mas, como fomos claros, Israel deve tomar todas as precauções possíveis para proteger os civis”, adicionou.

“Estamos em contato com a FDI e parceiros no terreno para avaliar o que aconteceu e sabemos que as FDI estão conduzindo uma investigação”, concluiu.

Além dos alertas dos Estados Unidos, diversos líderes mundiais condenaram o ataque de Israel contra Rafah. Alemanha e União Europeia ressaltaram que a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que Israel cesse os ataques em Rafah deve ser respeitada.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse estar “indignado” com a ação. “Essas operações devem parar. Não há áreas seguras em Rafah para os civis palestinos”, disse Macron em um post no X.

A agência da ONU para refugiados palestinos destacou que a situação é horrível. “Gaza é o inferno na terra. As imagens da noite passada são mais uma prova disso”, escreveu a UNRWA no X.

Por Redação

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