Primeira-ministra britânica admite erro no anúncio de medidas, mas defende corte de impostos
A primeira-ministra britânica, a conservadora Liz Truss, admitiu neste domingo (02) que deveria ter preparado melhor o país antes de anunciar a decisão, na semana passada, de reduzir consideravelmente os impostos, o que provocou uma onda de pânico nos mercados e a desvalorização da libra.
Menos de um mês depois de assumir o poder, Truss insistiu, no entanto, que o plano anunciado permitirá o retorno do crescimento econômico do Reino Unido, que enfrenta uma taxa de inflação sem precedentes e a ameaça de uma recessão.
“Eu mantenho o apoio ao pacote que anunciamos… mas eu reconheço que deveríamos ter preparado o terreno de melhor maneira, afirmou a primeira-ministra, enquanto o Partido Conservador celebra sua conferência anual em Birmingham.
“Nós temos um plano claro para avançar tanto para enfrentar a crise de energia quanto para lidar com a inflação, mas também para fazer a economia crescer e nos posicionarmos no bom caminho a longo prazo”, acrescentou.
Não apenas a oposição, mas também a opinião pública e inclusive deputados conservadores – em particular os que apoiaram o derrotado Rishi Sunak na disputa com Truss pela liderança do partido – expressaram espanto com as propostas de reduzir impostos, formuladas pelo ministro da Finanças, Kwasi Kwarteng, ao apresentar o “mini-orçamento”.
Os operadores de mercados, temerosos de que as medidas provocassem o aumento expressivo da dívida do país, reagiram e provocaram a desvalorização da libra a seu menor nível histórico, assim como a disparada da taxa de juros dos títulos britânicos.
“Vamos reduzir a dívida a um certo percentual do PIB a médio prazo, e tenho um plano para isso. Mas não agir teria sido um erro”, acrescentou Truss, sem explicar como procederá seu governo.
Após apenas três semanas em Downing Street, Liz Truss é impopular entre os britânicos: 51% deles consideram que deveria renunciar, de acordo com uma pesquisa do instituto YouGov. E ela está muito longe de conquistar a unanimidade dentro do Partido Conservador, onde sua política orçamentária provoca muitas críticas.
Por Redação