Presidente russo Vladimir Putin aparece pela 1ª vez desde o fim da rebelião de grupo mercenário

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reapareceu nessa segunda-feira (26) em um vídeo divulgado pelo Kremlin, no qual ele fala pela primeira vez desde a rebelião do grupo paramilitar Wagner, liderada pelo seu fundador, Yegveny Prigojin.

A reaparição do chefe russo ocorre após o acordo fechado Prigozhin. No domingo, poucos quilômetros antes de chegar em Moscou para um levante contra os comandantes russos, Prigozhin recuou e foi para Belarus. As agências de notícias russas informaram, conforme uma fonte da Procuradoria Geral, que a investigação contra Prigozhin continua aberta.

Putin havia aparecido publicamente pela última vez no sábado, durante seu pronunciamento de cinco minutos televisionado à nação.

No vídeo dessa segunda, cuja data de gravação não está totalmente clara, Putin faz um pronunciamento para o Fórum Industrial Internacional de Jovens Engenheiros do Futuro, onde ele elogia as empresas por garantirem “o funcionamento estável” da indústria do país “diante de vários desafios externos”. O fórum, conforme o Kremlin, reúne jovens engenheiros, cientistas, tecnólogos e estudantes russos e estrangeiros. Putin não fez qualquer menção à rebelião do grupo Wagner.

O levante militar foi uma “punhalada pelas costas” do ex-amigo Prigojin, a quem Putin acusou de “trair” o país por suas “ambições pessoais”. Os dois foram por muitos anos próximos. O hoje líder paramilitar, cujos combatentes usam armas cedidas pelos próprios militares russos, passou boa parte dos anos 2000 à frente dos jantares oferecidos pelo Kremlin com seu serviço de catering (serviço que fornece todos os insumos necessários para a alimentação em um evento).

“É uma punhalada pelas costas para nosso país e nosso povo. Estamos enfrentando exatamente uma traição. Uma traição causada pela ambição desmedida e pelos interesses pessoais de Prigojin.”

Derramamento de sangue 

Na primeira manifestação após o fim do motim, o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse, também nessa segunda, que recuou para “evitar um derramamento de sangue de soldados russos”. Prigozhin afirmou ainda que a marcha em direção a Moscou, abortada após negociação com o governo russo, não tinha por objetivo derrubar o governo de Vladimir Putin, presidente da Rússia.

“O objetivo da marcha era evitar a destruição do ‘Wagner’ e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros”, disse o paramilitar em uma mensagem de áudio de 11 minutos, divulgada pelo Telegram.

Após uma amarga troca de acusações, o grupo Wagner e a liderança do Ministério da Defesa da Rússia romperam relações e o Kremlin agora o acusa de “rebelião”.

Prigozhin acusou o ministério de bombardear seus acampamentos na retaguarda. Agora, Putin o classificou como um “traidor”.

A imprensa de Belarus anunciou ainda na noite de sábado que o presidente do país, Alexander Lukashenko, havia negociado um acordo para que Prigojin interrompesse o avanço das tropas até Moscou. O chefe do Wagner disse em uma mensagem de áudio que suas forças chegaram a 200 km da capital após tomar instalações militares no sul e “estavam retornando” para seus campos de treinamento.

Pelo pacto, Prigojin supostamente concordou em se mudar para Minsk, capital de Belarus, ao cancelar o avanço de seus mercenários, que receberam garantias de que não seriam processados. Os combatentes do Wagner que não se juntaram ao motim, afirmaram os russos, seriam incorporados ao Ministério da Defesa.

 

Por Redação

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