Preços do petróleo caem mais de 5% com temores sobre economia global e covid na China

O petróleo caiu mais de 4 dólares o barril nessa quarta-feira (4), com o Brent sofrendo sua maior perda percentual nos dois primeiros pregões do ano desde 1991, com as preocupações de demanda ligadas à economia global e o aumento dos casos de covid na China esmagando os preços da commodity.

Os futuros do Brent fecharam a 77,84 dólares o barril, após caírem 4,26 dólares, ou 5,2%. O petróleo bruto dos EUA fechou a 72,84 dólares o barril, após recuar 4,09 dólares, ou 5,3%.

O Brent caiu cerca de 9,4%, sua maior perda de dois dias no início do ano desde janeiro de 1991, segundo dados da Refinitiv Eikon.

“O petróleo bruto está sendo negociado em baixa devido às preocupações com Covid-19 na China e o Fed forçando uma recessão global… ambos exigem eventos de destruição”, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho em Nova York.

Dados da China mostraram que, embora nenhuma nova variante do coronavírus tenha sido encontrada lá, o país sub-representou quantas pessoas morreram em seu recente surto de rápida disseminação, disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estado da economia global e os aumentos das taxas do banco central também pesaram sobre os preços do petróleo.

A manufatura dos EUA contraiu ainda mais em dezembro, caindo pelo segundo mês consecutivo para 48,4, de 49,0 em novembro, na leitura mais fraca desde maio de 2020, informou o Institute for Supply Management (ISM).

Ao mesmo tempo, uma pesquisa do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que as vagas de emprego caíram 54.000, para 10,458 milhões no último dia de novembro, levantando preocupações de que o Federal Reserve usaria o mercado de trabalho apertado como motivo para manter as taxas mais altas por mais tempo.

Covid

A OMS alertou que a China está subnotificando o verdadeiro impacto da covid no país — em particular, o número de mortes. A revogação da maioria das restrições à circulação de pessoas, no mês passado, levou a um aumento do número de casos.

A China parou de divulgar os dados diários de casos e anunciou que 22 pessoas morreram por covid desde dezembro, usando seus próprios critérios de contagem.

Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, contesta os dados divulgados pelo governo do presidente Xi Jinping e os padrões usados na China para definir mortes causadas pela doença.

No mês passado, Pequim decidiu que apenas mortes causadas por pneumonia ou insuficiência respiratória após contaminação pelo coronavírus receberão essa classificação. Ou seja, óbitos por doenças cardiovasculares ou ataques cardíacos que têm relação com a covid não entrarão na estatística oficial da doença.

Por Redação

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