PIB dos Estados Unidos cresce a ritmo anualizado de 2,6% no terceiro trimestre e supera recessão

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, a maior economia do planeta, cresceu 2,6%, entre julho e setembro, na taxa anualizada, conforme a primeira estimativa do Departamento do Comércio. O dado surpreendeu o mercado, pois analistas esperavam alta entre 2,3% e 2,4%.

O PIB americano encolheu 1,6%, no primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, e, entre março e junho, o recuo foi de 0,6%, na mesma base de comparação.

O cálculo do PIB na taxa anualizada, mais utilizado pelos EUA do que pelos demais países desenvolvidos, compara com o trimestre anterior e projeta a evolução ao longo de todo ano. Em relação ao segundo trimestre do ano, o crescimento do PIB foi de 0,6%.

Apesar do crescimento ter ficado acima do esperado, analistas alertam para os riscos de desaceleração da economia norte-americana, assim como do PIB global, em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia, pressionando preços e minando qualquer perspectiva de expansão robusta da economia mundial. O dado positivo, contudo, não evitou uma queda na Nasdaq, a bolsa das empresas de tecnologia de Nova York, que recuou 1,63%, devido à frustração de balanços das Big Techs. O Índice Dow Jones registrou alta de 0,61%.

“O PIB do terceiro trimestre interrompeu a sequência negativa do primeiro trimestre, mas não voltou ainda aos níveis de 2021”, destacou Gustavo Cruz, economista-chefe da RB Investimentos. Ele destacou que, olhando para a abertura dos dados do PIB do terceiro trimestre, houve alguns dados interessantes, como o crescimento das importações e do consumo das famílias, com destaque para serviços de saúde e outros serviços, em vez de alimentação e bebidas.

Julio Hegedus, economista-chefe da Mirae Asset, lembrou que os EUA deixando a recessão técnica mostrou o consumo das famílias avançando mesmo com o mercado de trabalho apertado. Apesar de mais crescimento econômico indicar mais pressão inflacionária, ele acredita que o pico inflacionário nos EUA já passou. Em setembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), acelerou de 0,1%, em agosto, para 0,4%, em setembro, atingindo uma inflação acumulada em 12 meses de 8,2%, patamar ainda elevado e próximo aos maiores dos últimos 40 anos.

“A leitura é de que a perspectiva de recessão global derrubou as cotações das commodities, destaque para petróleo, derrubando os preços da gasolina”, disse Hegedus. Na avaliação dele, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou que perseguirá a meta de inflação, de 2% ao ano, na média, mas vinha sinalizando um viés mais “dovish” (leniente com a inflação) do que antes.

Para Gustavo Cruz, da RB, o Fed continuará aumentando os juros no ritmo de 0,75 ponto percentual, elevando o intervalo atual dos juros básicos dos EUA de 3% a 3,25% ao ano, para 3,75% a 4% anuais na próxima reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês), em novembro. “Obviamente, com a economia avançando mais, isso estimula a demanda. Por isso, parece bem provável que o Fed mantenha o ritmo atual do aperto monetário”, disse.

Os dados mais positivos da economia norte-americana, aliado com dados positivos do mercado de trabalho, com queda na taxa de desemprego no Brasil, ajudaram a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) a fechar no azul.

O Índice Bovespa, principal indicador da B3 subiu 1,66%, nesta quinta-feira, para 114.640 pontos, e o dólar recuou 1,39%, para R$ 5,306 para a venda.

 

Por Redação

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