Para o FMI, as novas medidas econômicas da Argentina são positivas para fortalecer reservas

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nessa segunda-feira (24) que as medidas econômicas anunciadas pela Argentina podem ajudar a fortalecer as reservas do país, enquanto os dois lados trabalham para conseguir a quinta aprovação de um programa de 44 bilhões de dólares.

“Consideramos que as medidas anunciadas pelas autoridades argentinas são positivas para fortalecer as reservas e consolidar a trajetória da ordem fiscal, variáveis fundamentais para fortalecer a estabilidade econômica”, afirmou o FMI por meio de porta-voz.

Negociação

O governo da Argentina e técnicos do FMI chegaram a um consenso sobre as bases para a quinta revisão do acordo de Mecanismo de Financiamento Ampliado do país junto à instituição.

“As equipes do Ministério da Economia e do Banco Central da Argentina e do FMI concluíram os aspectos centrais do trabalho técnico da próxima revisão. Os objetivos e parâmetros centrais que servirão de base para um ‘Acordo de Nível de Pessoal’ foram acordados, o qual deverá ser finalizado nos próximos dias e depois passar para a revisão do programa da Argentina. Este acordo visa a consolidar a ordem fiscal e reforçar as reservas, reconhecendo o forte impacto da seca, os prejuízos nas exportações e nas receitas fiscais do país”, afirmou o FMI no domingo em mensagem publicadas nas redes. Os detalhes ainda serão divulgados nos próximos dias.

A Argentina está negociando com o órgão liderado por Kristalina Georgieva a quinta revisão do acordo. Apesar dos atrasos e das promessas anteriores não cumpridas, o Ministério da Economia comemorou o avanço na negociação e disse que conseguiu fechar os termos centrais do acordo, bem como o programa de desembolsos para o segundo semestre, sobre o qual não quis adiantar detalhes. E estima que o acordo final e definitivo poderá ser assinado “na quarta ou quinta-feira” desta semana.

Mais uma vez, no Palácio da Fazenda, fontes deixaram latente a possibilidade de que o ministro da Economia e candidato presidencial do partido governista, Sergio Massa, viaje a Washington para a assinatura final.

Câmbio

Com poucas reservas no Banco Central (BCRA), e em meio a uma negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo da Argentina fará uma desvalorização parcial do câmbio.

O governo ordenou o aumento do preço do dólar que os argentinos podem comprar (o chamado dólar “solidário”), encareceu o acesso às importações com o imposto PAIS (sigla para Por uma Argentina Inclusiva e Solidária, em português) e ofereceu um câmbio preferencial mais alto para algumas exportações agrícolas, de 340 pesos. Hoje, ele é fixado em 300 pesos.

As medidas, que já entraram em vigor, fazem parte de um pacote de decretos e resoluções oficiais.

Como primeiro anúncio, o BCRA, a Receita Federal argentina (Afip) e o Ministério da Agricultura lançarão o que chamam de “simplificação cambial”, como o Ministério da Economia vinha prometendo ao FMI desde a quarta revisão do acordo.

O Fundo Monetário vem exigindo a desvalorização do dólar para evitar um calote da dívida.

Por Redação

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