ONU condena assassinato de liderança indígena no Amapá

Michelle Bachelet, Alta Comissária para Direitos Humanos da organização, condenou nesta segunda-feira (29) o assassinato do líder indígena Emrya Wajãpi, encontrado morto no Amapá após invasão de garimpeiros na terra indígena Waseity

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou nesta segunda-feira (29) o assassinato do líder indígena Emrya Wajãpi no norte do Brasil. Segundo ela, o crime teria acontecido por causa do desenvolvimento da exploração da mineração na Amazônia, apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro. O corpo de Emrya Wajãpi, chefe da etnia Wajãpi, foi encontrado na terça-feira passada em um rio, de acordo com o Conselho de Aldeias Wajãpi – Apina.
Dias depois, na sexta (26), cerca de 50 garimpeiros invadiram a aldeia wajãpi Yvytotõ, forçando os indígenas a fugirem para uma aldeia vizinha, a Mariry, conforme noticiado por veículos de comunicação locais. “Este assassinato (…) é um sintoma preocupante do problema crescente da intrusão em terras indígenas – sobretudo nas selvas – por parte de mineiros, madeireiros e agricultores, no Brasil”, escreveu Bachelet, em um comunicado.
“A política proposta pelo governo brasileiro de abrir mais zonas da Amazônia à exploração mineradora cria riscos de induzir a incidentes violentos, intimidações e assassinatos, como o que sofreu o povo wajãpi na semana passada”, continuou.
No sábado, o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro voltou a defender a mineração na Amazônia, destacando a grande quantidade de minerais existentes na região.Os wajãpi vivem em uma zona remota da Amazônia, rica em ouro, manganês, ferro e cobre. Desde os anos 1980, porém, seu território foi delimitado pelas autoridades para uso exclusivo dos indígenas.
“Solicito urgentemente ao governo brasileiro que aja com firmeza para deter a invasão dos territórios indígenas e lhes garantir o exercício pacífico de seus direitos sobre suas terras”, completou Bachelet.
Há muito tempo, os membros das tribos amazônicas enfrentam a pressão de garimpeiros, pecuaristas e madeireiros. Militantes da causa indígena afirmam, contudo, que as ameaças contra eles se intensificaram desde que Bolsonaro, defensor dos setores comerciais e financeiros, assumiu a presidência em janeiro.
Fonte https://www.acritica.com

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