Namorada do brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner é presa na Argentina

A Polícia Federal da Argentina prendeu Brenda Uliarte, namorada de Fernando Sabag Montiel, acusado pelo atentado contra Cristina Kirchner na quinta-feira passada (1º).

Cristina Kirchner foi vítima de uma tentativa de assassinato na frente da casa dela, em Buenos Aires. O atirador, de 35 anos, apontou uma pistola para o rosto dela, mas a arma não disparou.

A ordem de prisão foi da juíza María Eugenia Capuchetti, responsável pelo caso, que também decretou sigilo da investigação. Segundo o jornal Clarín, ela foi detida na estação de trem de Palermo.

Ainda de acordo com o jornal, apesar de Uriarte ter dito publicamente que não via Montiel há dois dias, imagens de câmeras de segurança mostram o casal junto no transporte público no dia do ataque à vice-presidente.

O Clarín informa ainda que, em seu depoimento, Brenda buscou se distanciar das ações do namorado, mas a Justiça federal investiga a hipótese de que Montiel não agiu sozinho e teve ajuda da namorada.

A Polícia Federal informou também que apagou os dados do celular de Fernando ao tentar desbloquear o aparelho para extrair informações. As autoridades só tiveram acesso a dados de contatos, fotos e vídeos.

Brasileiro

Filho de pai chileno e mãe argentina, Fernando Sabag Montiel nasceu em São Paulo. Ele tem 35 anos. Vive na Argentina desde os seis e na última quinta apontou uma pistola para o rosto de Cristina Kirchner, vice-presidente, mas a arma não disparou. Ele foi detido.

Em 2021, em uma blitz da polícia, foi flagrado com uma faca de trinta e cinco centímetros. Alegou que era pra defesa pessoal.

Os rastros da vida tumultuada de Fernando estão espalhados por Buenos Aires. Em um pequeno prédio, o apartamento onde está escrito número 1, que é um salão de beleza, pertence ao Fernando. Segundo o vizinho, ele aluga esse apartamento para o salão de beleza.

“Era uma pessoa deprimida, solitária. Mas com as pessoas, na rua, ele era agradável. Eu costumava vê-lo aqui uma vez por mês, quando eu pagava o aluguel”, ressalta Diego Arnold.

“Vi as cenas do atentado, eu não acreditava que ele tinha feito isso, não me parecia ser capaz dessa violência. A verdade é que não sei o que pensar”, conta Diego.

Nos fundos do salão tem um espaço. Às vezes, Fernando ficava sem ter onde morar e ele pedia para o pessoal do salão de beleza para usar um quartinho minúsculo, imundo no segundo andar do salão, para ele passar algumas noites enquanto ele não arrumava um novo lugar para viver.

Mas fazia tempo que Fernando não dormia por lá. Agora, ele perambulava por outros lugares.

O endereço conhecido mais recente era num bairro da periferia da Grande Buenos Aires. Foi lá que a polícia fez a busca e apreensão e encontrou coisas do Fernando. Ele era um tipo tão instável, ele mudava tanto de lugar, que nem existe a certeza, 100% de certeza, que ele de fato vivesse lá.

Um vizinho conhecia Fernando só de vista. “Não tinha nem bom dia, nem boa tarde, nem boa noite. Só via ele sair do apartamento dos fundos. Às vezes sozinho, às vezes com a namorada”, relata Jorge Perdomo.

Junto com a namorada, Fernando ficava atrás de equipes da TV. Gostava de aparecer pra criticar o governo. Nas redes sociais, ele exibe tatuagens com simbologia nazista. A principal referência é o chamado “sol negro”.

A Defensoria Pública vai representar Fernando no processo.

Por Redação

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