Moradores da Br-319 fazem manifestação em prol da Ger. da UC Igapó-Açu, Dionéia

Moradores do entorno da Br-319,  se manifestam após exoneração da Gerente da UC Igapó-Açu, Francisca Dionéia Ferreira, Manaus,16 de Março –  Nesta quinta-feira (15), sindicatos, associações, cooperativas, Organizações não governamentais (ONGs) e moradores locais se reuniram na localidade do Igapó-Açu, localizado no trecho do meio da BR-319 (Manaus-Porto Velho), para mostrar apoio contra a exoneração da ex-gerente da UC Igapó-Açu , Francisca Dionéia Ferreira, que foi exonerada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema) e presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Marcelo Dutra, sem que qualquer justificativa nesta quarta-feira(14).
De acordo com os moradores locais ‘Dioneia’ vem fazendo um bom trabalho esses anos, ajudou a trazer reconhecimento internacional e credibilidade junto as órgãos ambientais.
Francisca Dionéia Ferreira
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Amazonas (2006). Atualmente foi exonerada da Unidade de Conservação do Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas que ocupava como chefe, atuando na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açu localizada na rodovia BR 319. Tem experiência nas áreas Econômicas, com ênfase em Economia do Setor Público e dos Recursos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento sustentável, socioeconomia, estudo de viabilidade e desenvolvimento rural sustentável.
Informações coletadas do Lattes em 20/10/2017
Na reunião foi feito uma carta de apoio a SERVIDORA DIONÉIA e divulgado a imprensa. (Leia na Integra)

CARTA DE APOIO A SERVIDORA DIONÉIA FERREIRA  EM DEFESA DAS POPULAÇÕES DOS TERRITÓRIOS DA BR 319
Reunião na vila Igapó-Açú em apoio a servidora Dionéia, após exoneração. Foto: Divulgação
Na última quarta-feira (14 de março) a servidora e Gerente de Unidade Conservação, Francisca Dionéia Ferreira, que ocupava tal função desde 2010, foi arbitrariamente exonerada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema) e presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Marcelo Dutra, sem que qualquer justificativa fosse apresentada ao conjunto de coletivos populares que compõe a RETA (Rede Transdisciplinar da Amazônia) em defesa das populações ao longo da BR 319, rodovia federal que constitui importante corredor de integração entre os estados de Rondônia (Porto Velho) e Amazonas (Manaus), junto ao qual Dionéia tem desenvolvido um trabalho há mais de nove anos.
A companheira Dionéia é uma importante articuladora do diálogo com as lideranças locais para o Fórum Permanente de Discussão do Processo de Governança da BR 319 em parceria com o Ministério Público Federal, que reconhece seu papel fundamental na consolidação da rede que vem sendo tecida desde 2009, articulando projetos que pensam processos autônomos para as comunidades no entorno da BR 319.
Dionéia tem como característica a rara habilidade de articular as diferentes prioridades e interesses de grupos diversos que se apresentam para gestão ambiental da sua região de atuação, com sensibilidade e escuta para as necessidades urgentes de contextos sociais distintos, que envolvem questões ligadas a território e territorialidade e interesses econômicos diversos. Essa capacidade de escuta e articulação lhe permitiu mobilizar e atuar junto a diferentes parceiros, desde as prefeituras, universidades, entidades do governo federal e organizações sociais de base e não governamentais, de modo a preservar a biodiversidade natural e desenvolver a autonomia das comunidades que convivem no contexto complexo da BR 319.
Desde sua chegada ao território da BR 319, em 2010, como Gerente da Reserva Desenvolvimento Sustentável Igapó Açu, Dionéia tem trabalhado incansavelmente junto às populações locais, de modo a promover o reconhecimento de suas capacidades, estimular a organização social e criar novas alternativas de geração de renda dos povos e populações da Amazônia. Entendendo que nenhuma comunidade existe isolada do contexto ao redor, em 2011 Dioneia aumentou sua área de atuação, começando um trabalho de fortalecimento institucional comunitário com as comunidades no contexto da BR 319 em parceria com o Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais STTR/Careiro, além de articular a formação de uma turma de Agentes Ambientais Voluntários. A partir de 2012, esse trabalho de apoio comunitário foi ganhando um alcance ainda maior, à medida em que a servidora passou a auxiliar as associações na captação de recursos financeiros e humanos para consolidação dos instrumentos de planejamento da Unidade de Conservação, como Plano de Gestão e criação do Conselho Gestor da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Igapó Açu. O aumento do alcance do projeto tornou possível extrapolar as margens do rio também no que diz respeito à sua complexidade humana, mobilizando e discutindo questões de gênero e envolvendo diferentes gerações na luta pela existência e resistência das comunidades do entorno da BR 319.
Seu esforço pessoal para a defesa das unidades de conservação e das populações tradicionais não deixou de ser reconhecido, em diversas ocasiões, pelos órgãos federais junto aos quais atuou em parceria, como o Ministério do Meio Ambiente por ocasião dos 15 anos do Programa ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia), tendo sido convidada, dentre todos os gestores da Amazônia, a falar na solenidade realizada no Rio de Janeiro, representando os projetos apoiados pelo ARPA.
É bastante lamentável que o reconhecimento obtido por Dionéia fora das instâncias do governo estadual não tenha tido sua contrapartida na avaliação da própria Secretaria de Estado do Meio Ambiente: ao invés do reconhecimento de sua trajetória singular, a servidora foi surpreendida pela notícia da sua exoneração sumária. Essa medida claramente desproporcional se torna especialmente grave se levarmos em conta que tal exoneração  pode colocar em risco a execução de recursos de uma série de projetos apoiados (inclusive internacionalmente), comprometendo a continuidade de muitas ações de proteção e tornando ainda mais vulnerável uma região que corre grande risco ambiental por desmatamento, grilagem de terra e desaparecimento da sociobiodiversidade.
A exoneração de Dionéia nos parece um sintoma agudo do desmantelamento de políticas públicas ambientais construídas com a participação popular, que vem se tornando assustadoramente frequente com a crise política que acomete o Amazonas. Não aceitamos esse ato arbitrário que nos parece uma investida de abuso de poder contra uma companheira e interlocutora exemplar que, de maneira constante e aguerrida, vem dedicando sua vida à construção de meios de defesa do meio ambiente e conhece como ninguém as necessidades das comunidades com que trabalha há quase dez anos. É com um sentimento de profunda consternação que exortamos o governo do estado a rever sua decisão.
Assinam:
ASSOCIAÇÃO DOS COMUNITÁRIOS DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO IGAPÓ AÇU, TUPIGÁ – COLETIVO DE JOVENS DA BR 319, PROMOTORAS LEGAIS POPULARES DO CAREIRO PLPS, ASSOCIAÇÃO DO SANTO ANTÔNIO DO MAMURÍ, TEÇUME,REDE DE MULHERES DA BR 319, RETA – REDE TRANSDICIPLINAR DA AMAZÔNIA, INTERVALO ESCOLA, CASA DO RIO, REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE RONDÔNIA, INSTITUTO INDIA AMAZÔNIA, MOVIMENTO FORÇA ROSA, Leila Mattos, SINDFURPC, Coletivo AQUI QUE A GENTE BRINCA!,COOPAC, Prof. Luiz Antonio Nascimento de Souza-UFAM,Prof. Patricia Reis-UEA Tabatinga, Associação CASA TOMADA,Mariana Macedo Leitão,Flávia Dinah Rodrigues de souza SEMA/ACRE

Nossa equipe de reportagem tentou entra em contato com Dioneia, mas não conseguimos.
fonte: Jornal de Humaitá – Com informações da assessoria.
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