Michael Schumacher: acidente completa 10 anos e seu estado de saúde é enigma

O lendário piloto Michael Schumacher faturou sete títulos mundiais de Fórmula 1. O alemão marcou uma geração de fãs e se tornou um grande ícone do esporte. Um acidente sofrido em 29 de dezembro de 2013, no entanto, tirou de cena um dos maiores nomes do automobilismo mundial.

Desde então, um suspense ronda o estado de saúde do alemão de 54 anos, que não foi mais visto publicamente. As informações são cada vez mais escassas. Amigos de Schumacher e familiares não falam sobre como ele está após tantos anos. Com certa frequência, tomam as manchetes de jornais e sites mundo afora declarações de pessoas do círculo pessoal do ex-piloto. Mas faltam explicações e sobram frases de efeito pouco elucidativas.

Recentemente, Stefano Domenicali, chefão da Fórmula 1, fez forte desabafo sobre a situação de Schumacher. “O acidente dele em Meribel parece que foi ontem, são episódios que mudam sua vida. Por respeito a ele e a sua família, devemos ficar perto dele, esta situação difícil permanece. O que há entre mim e a família permanece privado, mas viver assim por dez anos é algo que você nunca desejaria nem para o seu pior inimigo”, disse Domenicali, em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport.

Um dos poucos que mantém contato com os familiares de Schumacher é Jean Todt, ex-presidente da FIA e ex-chefe da Ferrari, escuderia onde o alemão trabalhou ao lado do brasileiro Rubens Barrichello e faturou cinco títulos mundiais na Fórmula 1. O filho do piloto, Mick Schumacher, reserva da Mercedes, tampouco comenta sobre o estado de saúde do pai. Recentemente, Todt afirmou que assistia a algumas corridas ao lado de Michael.

Após retornar ao automobilismo em 2009, Schumacher decidiu se aposentar definitivamente da Fórmula 1 em 2012. Em 29 de dezembro de 2013, estava esquiando na estação de Meribel, nos Alpes Franceses, com seu filho Mick – hoje piloto e à época com 14 anos -, quando sofreu um terrível acidente.

O alemão estava em uma área perigosa não demarcada entre duas pistas. Ele usava capacete, mas bateu a cabeça e sofreu uma grave traumatismo craniano que o deixou em coma por meses. Schumacher ficou internado no hospital que fica próximo à região do acidente, e passou por duas intervenções cirúrgicas.

No período em que ficou internado na França, Schumacher mostrou alguns sinais de melhora, que encorajaram os médicos. Em junho de 2014, o ex-piloto acordou do coma e foi transferido para outro hospital, saindo de Grenoble para Lausanne, na Suíça.

Em setembro do mesmo ano, Schumacher deixou o hospital para seguir com o tratamento em sua casa, em Lake Geneva, na Suíça, onde foi montada uma UTI. Sem detalhes dos médicos e dos familiares, Schumacher passou a ser cuidado pela mulher, Corinna Betsch, e por uma equipe médica. Sempre houve esperança de sua recuperação. Havia uma expectativa que a família do alemão se mudasse para Mallorca, na Espanha, mas isso não aconteceu.

Uma das poucas vezes que Corinna falou ao público foi no documentário “Schumacher”, da Netflix, no qual ela dá um depoimento comovente sobre o estado de saúde do marido. “Todo mundo sente falta de Michael, mas ele está aqui. Diferente, mas ele está aqui e isso nos dá força, eu acho”.

O advogado da família Schumacher para assuntos envolvendo a imprensa, Felix Damm, concedeu uma entrevista para o portal alemão LTO (Legal Tribune Online) em outubro deste ano em que esclarece alguns pontos envolvendo os motivos que fizeram os familiares do ex-piloto ocultarem do público e da mídia informações sobre o estado de saúde do heptacampeão.

“(Disponibilizar um relatório concreto sobre a saúde de Schumacher) Sempre foi uma questão de proteger coisas privadas. Claro, discutimos muito sobre como isso é possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo para fazer isso. Mas isso não teria sido tudo e teria de haver ‘boletins instáveis’ constantemente atualizados. Porque, como afetados, não cabe a vocês acabar com a mídia. Eles poderiam retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: ‘E como é agora?’, um, dois, três meses ou anos após o relatório. E se quiséssemos então tomar medidas contra esta denúncia, teríamos de lidar com o argumento da autoexposição voluntária”, explicou Damm.

O advogado menciona a questão da “autoexposição voluntária”, porque este foi um tema recorrente nas batalhas jurídicas que a família Schumacher travou para impedir a divulgação de determinados conteúdos sobre o estado de saúde do alemão. Ele se refere ao fato de que a própria família, acompanhada de médicos, deu publicidade a informações sobre o ex-piloto da Ferrari logo após o acidente.

 

Por Redação

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