Manifesto dos artistas com ataque ao Bolsonaro e ele responde com Lei Rouanet

Candidato disse que alguns “famosos”  trocam apoio político por financiamento de projetos com dinheiro público e desencadeou onda de ataques na internet

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, decidiu atacar a classe artística ao responder  manifesto divulgado nesse domingo (23) por um grupo que reúne intelectuais, juristas, ativistas, atletas, empresários e, claro, artistas. A carta intitulada “Pela democracia, pelo Brasil” classifica a candidatura do ex-capitão do Exército como uma “ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial”.

“Incentivos à cultura permanecerão, mas para artistas talentosos, que estão iniciando suas carreiras e não possuem estrutura. O que acabará são os milhões do dinheiro público financiando ‘famosos’ sob falso argumento de incentivo cultural, mas que só compram apoio! Isso terá fim!”, disse o  candidato.
A resposta do presidenciável desencadeou entre os apoiadores de Bolsonaro uma avalanche de críticas à Lei Rouanet , mecanismo que permite a produtores e instituições captarem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais.

Resposta de Jair Bolsonaro causa reação de apoiadores

A hashtag #RouanetNão  se tornou o quarto assunto mais comentado no Twitter mundial na manhã desta segunda-feira (24). Muitos dos ataques à lei, no entanto, expressam desinformação, como em mensagens que associam essa política a filas em hospitais (sendo que Saúde e Cultura têm orçamentos distintos).

O valor destinado a projetos culturais via Lei Rouanet não sai diretamente dos cofres públicos , mas sim representa dedução de impostos que seriam pagos no Imposto de Renda pelas empresas que aceitam financiar projetos. De janeiro a setembro deste ano, de acordo com números do Ministério da Cultura, o governo deixou de arrecadar cerca de R$ 400 milhões em impostos em razão da política de incentivos culturais.
Dois dias antes de ser vítima do ataque a faca que o obrigou a se afastar da campanha eleitoral, Jair Bolsonaro havia proposto rebaixar o Ministério da Cultural à condição de uma secretaria  do Ministério da Educação. Na ocasião, o candidato também já havia defendido “revisar” os mecanismos da Lei Rouanet para “conter recursos”.
Fonte: iG
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