Mais de 2 mil pessoas pedem Justiça por morte de jovem em Jutaí, no AM

Manifestação foi organizada por familiares de Sharley Sales Mendes, que foi morto por um PM no momento que trafegava pela contramão no último domingo (28)
Uma manifestação com a participação de cerca de 2.500 pessoas relembrou na tarde dessa quinta-feira (1º), o jovem Sharley Sales Mendes Fermin Junior, de 18 anos, que foi morto por um cabo da Polícia Militar do Amazonas na madrugada do último domingo (28) no município de Jutaí, distante 749 quilômetros em linha reta de Manaus. O grupo pediu Justiça pela morte do rapaz com cartazes e faixas.
O ato começou por volta das 16h30 e seguiu por volta das 18h de ontem pelas principais ruas do município. Os manifestantes foram em caminhada até o local onde o jovem caiu baleado, depois se encaminharam até a Praça do João e concluíram a programação na Praça do Seringueiro.
Um dos primos da vítima, Cícero Junior, 30, contou que a manifestação foi organizada por familiares e pelo pastor da igreja que Sharley frequentava. O objetivo foi chamar atenção da sociedade e das autoridades pelo crime cometido no interior do Amazonas.
“Ele era um rapaz muito querido pela população. No ato, toda sociedade jutaiense clamou por Justiça. Fomos em caminhada até o local onde ele caiu baleado e fizemos uma oração. A população está indignada, revoltada, colocaram faixas em vários locais da cidade”, disse o familiar.
O primo também afirmou que a família ainda não entendeu o motivo pelo qual o policial militar matou o jovem de 18 anos. “Ainda não entendemos o que aconteceu, pois esse PM estava apenas há 4 dias em Jutaí. Todos na cidade conheciam o Sharley, apesar de pouca idade ele era muito trabalhador. Verificamos todas as imagens do fato, mas não há nada que anteceda o fato que justifique a ação do policial. Estamos indignados com essa barbaridade”, completou Cícero.
Assassinado
Sharley Sales foi morto por um cabo da PM, vítima de arma de fogo, no momento que trafegava pela contramão em uma rua de Jutaí. Um deles atingiu as costas da vítima que veio a óbito no local, segundo familiares.
PM e inquérito
O policial militar Ariel da Cruz Bastos já respondeu por inquérito militar que apurou desvios de conduta e abuso de autoridade cometidos pelo PM e um parceiro, contra um comerciante de Manaus, durante uma abordagem em 2014. Atualmente o PM está preso preventivamente no município de Tefé, após decisão do juiz Daniel Manussakiss, da Comarca de Jutaí, município distante 749 km da capital.
Apesar da câmera da viatura policial ter registrado às agressões em 2014, o Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) decidiu não seguir com a denúncia e arquivou o caso em 2017, alegando ter sido “insuficiente” o material coletado pela Auditoria Militar, que apontou os desvios de conduta. Com o arquivamento, a decisão sequer chegou a ser apreciada pela Justiça comum.
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