Madeireiras do Sul do Amazonas na mira da Operação Arquimedes
A ‘operação Arquimedes’, ação conjunta da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal), descobriu que ao menos 61 empresas de extração e transporte de madeira atuam de forma ilegal na Amazônia.
Segundo a PF, o negócio das empresas funciona com pagamento de propinas com operações no Sul do Amazonas.
A informação é da Folha de S. Paulo . Esta é a maior operação já feita sobre o mercado ilegal de madeira na Amazônia, e ocorreu entre 2017 a 2019.
A reportagem, deste domingo (06), cita operações, supostamente, fraudulentas de duas empresas, a WS Madeireira, que opera em Humaitá e a L Dias Comércio, em Manicoré, que aparecem na lista das investigações da PF.
O jornal analisou uma série de documentos da operação, que apontam que os investigados usavam 20 denominações diferentes para se referir ao suborno, como “melancia”, “guaraná”, “baba”, “calmante”, “benção”, “peixe” ou “pacotinho”.
A PF e o Ministério Público Federal (MPF) constataram que fraudes nos sistemas de PMFSs (Planos de Manejo Florestal Sustentável), que determina as áreas onde é permitida a extração, mascaravam a ilegalidade.
Ainda de acordo com a reportagem da Folha, várias das áreas também teriam alterado guias para o transporte de madeira, os chamados DOFs (Documentos de Origem Florestal).
Para agilizar a obtenção de licenças para o uso de áreas de manejo ou impedir fiscalizações, as madeireiras pagavam propina a engenheiros florestais, empresários, e servidores do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), órgão responsável por autorizar a extração nas áreas de manejo.
Segundo a Folha, os DOFs criavam créditos fictícios para “limpar” as origens da madeira extraída de áreas de conservação e terras indígenas. Uma das terras impactadas, por exemplo, é Tenharmadeira, indio,
im Marmelos [Humaitá], onde vivem os índios Tenharim, no Sul do Amazonas.
A WS Madeireira aparece nesta lista do Ministério da Economia de empresas exportadoras de madeira para vários países. A PF chegou apreender contêineres de madeira da empresa. A defesa da WS Madeireira informou a Polícia Federal que a carga foi autorizada pelo Ibama ( governo federal).
A operação Arquimedes foi a que o presidente Jair Bolsonaro usou para dizer que divulgaria países que compram madeira ilegal do Brasil, ameaça que não cumpriu.
fonte:deamazonia