Justiça atende pedido de Donald Trump sobre ação do FBI
Uma juíza dos Estados Unidos concordou nesta segunda-feira (5) em nomear um perito especial para revisar os registros apreendidos pelo FBI durante busca sem precedentes na propriedade do ex-presidente Donald Trump na Flórida. Essa medida pode desacelerar a investigação em andamento do Departamento de Justiça.
No começo de agosto, o FBI fez uma ação na casa de Trump na Flórida. O ex-presidente tinha levado documentos secretos e ultrassecretos da Casa Branca. Um mandado de busca autorizou agentes do FBI a apreender materiais na residência para investigar crimes relacionados à Lei de Espionagem, que proíbe a retenção não autorizada de informações de segurança nacional que possam prejudicar os EUA ou ajudar um adversário.
Trump pediu na Justiça para que um perito fosse nomeado para decidir quais documentos que foram apreendidos podem fazer parte do processo judicial e quais devem ser excluídos.
Em sua decisão, a juíza Aileen Cannon, de West Palm Beach, na Flórida, disse que o tribunal autorizou a nomeação para revisar itens pessoais, documentos e materiais que podem ser objeto de privilégio da relação de advogado-cliente (ou seja, só para Trump e seus defensores). Cannon foi nomeada por Trump em 2020, poucos meses antes de ele deixar o cargo.
A ordem dela permite que as autoridades de inteligência dos EUA continuem a investigar se houve danos à segurança nacional.
Acusações de Trump
Trump acusou o Departamento de Justiça de lançar uma caça às bruxas partidária contra ele, e seus advogados argumentaram que a nomeação de uma terceira parte independente para analisar os materiais seria uma verificação importante.
O Departamento de Justiça também disse que está investigando uma possível obstrução, depois que o FBI descobriu evidências de que a equipe de Trump pode ter ocultado deliberadamente documentos confidenciais quando os agentes tentaram recuperá-los em junho.
Naquela mesma ocasião em 3 de junho, representantes de Trump certificaram falsamente que haviam realizado uma busca diligente e devolvido todos os materiais confidenciais ao governo – uma alegação que mais tarde foi refutada depois que o FBI recuperou cerca de 33 caixas contendo mais de 11 mil registros e fotos do governo e mais de 100 registros marcados como sigilosos.
A equipe jurídica de Trump esperou até duas semanas após a busca do FBI em 8 de agosto antes de pedir ao tribunal que nomeasse um perito especial – um terceiro independente que às vezes é designado em casos delicados para revisar materiais que poderiam ser cobertos pelo sigilo advogado-cliente.
Um perito especial foi usado, por exemplo, para revisar materiais apreendidos nas buscas nas casas e escritórios de dois ex-advogados de Trump – Rudy Giuliani e Michael Cohen.
Por Redação