Itamaraty convence a Rússia e os Estados Unidos a aceitar posição do Brasil na guerra da Ucrânia

O Itamaraty conseguiu convencer tanto a Rússia como os Estados Unidos a aceitar as posições da diplomacia brasileira com relação à guerra na Ucrânia.

O chanceler Mauro Vieira aproveitou a reunião de cúpula de ministros das Relações Exteriores do G-20, realizada em Nova Delhi, na Índia, para explicar a posição de defesa da paz sem alinhamento com nenhum dos lados do conflito na Europa.

Vieira fez reuniões bilaterais com mais de 15 ministros, entre eles o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, o chanceler russo Sergei Lavrov e o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang. Tanto Blinken quanto Lavrov disseram ao chanceler brasileiro que entendiam a posição brasileira, apesar de não concordarem com ela.

O Brasil, por um lado, votou contra a invasão russa na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na semana passada. Por outro lado, negou-se a vender munição para a Ucrânia usar nos tanques alemães que estão sendo enviados ao país para se defender da invasão russa.

A reação das duas potências à posição do Brasil foi muito positiva, especialmente num cenário de divisões tão profundas que o encontro do G20 terminou sem que os países conseguissem concordar no texto de um comunicado conjunto.

Os países ocidentais do grupo, que reúne as nações mais ricas do mundo, queriam que o comunicado condenasse claramente a invasão russa. Mas os governos da Rússia e da China resistiram à proposta.

Os russos queriam ainda a inclusão de uma condenação a supostos atos de sabotagem contra os dutos que levam gás do país para consumidores na Europa. Lavrov e Blinken acabaram se encontrando rapidamente durante a cúpula. Foi a primeira vez que os dois estiveram juntos desde o início da guerra.

Os dois apenas reafirmaram suas posições e não se envolveram em nenhum tipo de negociação. Segundo o Itamaraty, Vieira voltará ao Brasil com muitos detalhes das posições de todos os países do G-20. Isso vai ajudar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a definir em mais detalhes o seu plano para tentar ajudar a mediar o conflito europeu.

Por Redação

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