Investidora brasileira é presa nos Estados Unidos por dar golpes com fraude de 4 milhões de dólares

A brasileira Raquel Moura Borges, de 55 anos, foi presa nos Estados Unidos por suspeita de fraudar clientes de sua empresa de consultoria de investimentos. Sócia da consultoria de investimentos Global Access Investment Advisor LLC (Gaia), a mulher é acusada de ter se apropriado de mais de US$ 4 milhões (equivalente a R$ 20,6 milhões) dos clientes, segundo a denúncia apresentada pelo Departamento de Justiça dos EUA.

“Borges prometeu a seus clientes que ela investiria em títulos e outros investimentos, mas na verdade roubou as economias de seus clientes e encheu seus próprios bolsos”, disse o procurador americano Damian Williams, em nota publicada no site do Departamento de Justiça.

Segundo a denúncia, o dinheiro de ao menos dois clientes foi usado na reforma de um “luxuoso” apartamento em Nova York. Outra parte do dinheiro desviado serviu para cobrir as perdas de outros clientes.

A acusação é baseada na denúncia desses dois clientes, que não foram identificados. A primeira vítima teria confiado a Raquel Borges cerca de US$ 2,7 milhões, em dezembro de 2017. Desse montante, US$ 160 mil foram usados na reforma dos interiores de um apartamento que pertence a Raquel, localizado Manhattan, segundo o Departamento de Justiça.

Uma segunda vítima teria perdido US$ 1,95 milhões, depositados em uma conta da Gaia, controlada por Raquel Borges. O combinado era de que o dinheiro seria usado em investimentos em imóveis na cidade de Nova York. De acordo com a denúncia, no mesmo dia em que o deposito foi feito, a mulher assinou um cheque sacando US$ 1,5 milhão da conta para si mesma. Em agosto de 2016, o dinheiro foi depositado em uma conta pessoal de Raquel.

De acordo com a denúncia, a brasileira assumiu ter se apropriado indevidamente do dinheiro, pelo menos em parte. Raquel fez a admissão durante uma reunião com familiares da segunda vítima. Ela chegou a dizer que o dinheiro foi usado para cobrir as perdas de outros clientes seus e fez uma promessa de que a vítima seria restituída.

Raquel foi presa quando desembarcava no aeroporto de Nova York, nesta quarta-feira. Ela é acusada por fraude de valores mobiliários, fraude eletrônica e fraude de consultor de investimentos. A pena máxima para esses crimes é de 20 anos de prisão. A defesa de Raquel disse que ela não está presa, mas, sim, na chegada aos Estados Unidos, foi “comunicada da existência de um ‘indictment’, que é um documento preliminar e unilateral que traz uma acusação de dois de seus mais de cem clientes”.

A defesa negou os fatos e disse que “todos os recursos de clientes foram devidamente investidos, e Raquel, cujo status de inocência é reforçado pelo Departamento de Justiça norte-americano”.

“A ré, natural do Brasil, foi recebida pelos inspetores postais com um par de algemas ao retornar aos Estados Unidos”, disse Daniel Brubaker, encarregado do Escritório de Nova York do Serviço de Inspeção Postal dos EUA.

Por Redação

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