Homem que morreu após receber coração de porco estava com vírus suíno
David Bennett, o homem de 57 anos que recebeu um coração de porco geneticamente modificado, estava com um vírus suíno, o porcine cytomegalovirus. A informação foi confirmada pelo médico responsável por realizar o transplante, Bartley Griffith, da Universidade de Maryland.
O homem morreu em 9 de março e a suspeita é de que o vírus possa ter influenciado na deterioração da saúde de Bennett. “Estamos começando a entender por que ele faleceu”, disse o médico responsável.
A descoberta sobre o vírus suíno no paciente foi divulgada pela publicação MIT Technology Review e, durante um evento nos Estados Unidos em abril, foi informada à comunidade científica.
Logo antes de realizar o transplante, David Bennett disse que era ou morrer, ou fazer a cirurgia. “Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção”, disse um dia antes do procedimento. Ele estava acamado e ligado à maquinas.
A empresa de medicina regenerativa Revivicor, responsável pelo procedimento, não comentou o caso.
Especialistas da Universidade de Maryland receberam autorização dos órgãos regulatórios dos Estados Unidos para fazer o transplante. Bennett foi considerado inelegível para receber o coração de um humano. Essa decisão é tomada quando o paciente já está com a saúde debilitada.
Coração pertencia a porco modificado geneticamente
O coração pertencia a um porco de um rebanho que passou por uma técnica de modificação genética, que tinha como objetivo a remoção de um gene capaz de gerar uma forte resposta imune de um ser humano – o que resultaria na rejeição do órgão em um transplante.
A modificação foi feita pela empresa de biotecnologia Revivicor, a mesma que forneceu o porco usado em um transplante de rim inovador feito em outubro de 2021, em um paciente de Nova York com morte cerebral.
O coração ficou em uma máquina de preservação antes da cirurgia. A equipe médica também usou um medicamento experimental para supressão do sistema imunológico, de forma a minimizar os riscos de rejeição.
Hoje em dia, válvulas cardíacas de porcos já são usadas normalmente em humanos. A pele do porco também é usada para enxertos em vítimas de queimaduras. O porco é um bom doador para humanos por conta de seu tamanho, crescimento rápido e ninhadas numerosas.
Fonte: Yahoo
Foto: University of Maryland School of Medicine via BBC