Friboi vendia carne podre à população

A BRF também é alvo da operação da Polícia Federal  Carne Fraca que mira fraudes no setor alimentício

A Operação Carne Fraca, deflagrada hoje pela Polícia Federal, explicita o total desrespeito dos frigoríficos JBS, dono da Friboi e da Seara, e BRF Foods, proprietária das marcas Sadia e Perdigão. As empresas, gigantes do setor, com mais de 60% do mercado de carnes no país, vendem produtos podres, vencidos, moídos com papelão.
JBS e BRF Foods não têm o menor compromisso com a população. O pior é saber que boa parte dos negócios dessas empresas foi financiada com recursos públicos, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ou seja, dinheiro do Tesouro foi usado para enganar os consumidores.
Daqui a pouco, virá o discurso oficial de que é preciso cuidado, que os fatos são isolados, que é preciso preservar a JBS e a BRF Foods, porque são grandes exportadoras. Com certeza, veremos uma reação muito mais forte do exterior, dos países que consomem produtos desses frigoríficos, do que aqui.
Tudo está errado no Brasil. É carne podre sendo vendida como a melhor do país, com campanhas milionárias na tevê, em jornais e em revistas. É carne moída com papelão. É leite ofertado com soda cáustica. Enfim, a saúde pública que se lixe. O importante, mesmo, é dar lucro.  Vicente Nunes,  repórter correiobraziliense

Executivos do frigorífico JBS foram presos na manhã desta sexta-feira, 17, durante a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal.
A empresa BRF Brasil também é alvo da ação, que combate corrupção cometida por agentes públicos federais, empresários e crimes contra Saúde Pública.
O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz nota da Federal sobre a operação.
 
 
Fonte: Estadão Conteúdo / Exame

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