Filho de Dep. de 22 anos, irá administrar recursos no valor de R$100 milhões

A Justiça suspendeu a nomeação por falta de qualificação do jovem de 22 anos para delegado de Desenvolvimento Agrário. O cargo administra recursos no valor de R$100 milhões no Pará. Mas, o TRF-1 decide que filho de Wladimir Costa não precisa comprovar qualificações para cargo de delegado federal

Tribunal Regional Federal da 1ª Região reverteu a decisão da Justiça Federal que obrigava Yorann Christie Braga da Costa, filho do deputado federal Wladimir Costa (SD/PA), a comprovar qualificações para atuar como delegado federal de Desenvolvimento Agrário do Pará. A Justiça suspendeu a nomeação por falta de qualificação do jovem de 22 anos, indicado para administrar recursos no valor de R$100 milhões no Pará e com salário de cerca de R$10 mil. O G1 já tentou contato com Yorran e aguarda posicionamento.
A Justiça Federal determinou que Yorann desse informações que comprovem as qualificações profissionais e acadêmicas para exercer o cargo. No entanto, segundo decisão da desembargadora Federal Gilda Carneiro Seixas, “não seja da melhor lógica a nomeação de quem não seja notoriamente qualificado e experiente, (…) todavia, há décadas e ainda atualmente admitem o critério exclusivo da confiança como elemento de escolha”.
“(…) há décadas e ainda atualmente admitem o critério exclusivo da confiança como elemento de escolha”, afirma desembargadora em decisão.
( Não está na hora de mudar esse critério, e irmos com a qualificação e não a indicação politica?)
O documento diz que “a qualificação profissional formal não é requisito à nomeação de Conselheiro de Tribunal de Contas Estadual”.
( Pode não ser agora , mas poderia se tornar, assim teríamos pessoas qualificadas e sem rabo preso com políticos)
Ainda de acordo com a desembargadora, “não se legitima ao Poder Judiciário então, sem qualquer elemento concreto, criar restrição não prevista em lei para a escolha discricionária e do Poder Executivo de ocupante de Cargo em Comissão”.
( Bem, que poderia acabar com cargos como esse, ou fosse através de concursos sérios, só assim,mudaremos o nosso país)
Ação popular
Uma ação popular no nome do advogado Ismael Moraes foi protocolada em janeiro no Diário Oficial da União indicando que o cargo é de grande responsabilidade. O advogado deve recorrer da decisão.
“Acredito na absoluta correção da decisão de 1ª instação e no desacerto da decisão proferida no recurso, de maneira que irei recorrer a todas as esferas cabíveis para livrar o Pará dessa presença perniciosa “, afirmou.
De acordo com a ação, o “jovem demonstra falha de gestão e deve favores ao pai, por ser devedor de um empréstimo de R$1, 2 milhão”.
A ação diz ainda que a nomeação demonstra desvio de finalidade, fere os princípios da administração pública, em especial a moralidade administrativa, e representa nepotismo.
Polêmicas
Conhecido por situações polêmicas em seu mandato, o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) estourou um rojão de confetes durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, alegando que o governo do PT dava “um tiro de morte” no coração do povo brasileiro. O deputado usou o recurso em duas outras oportunidades, inclusive durante seu voto favorável ao impeachment durante a votação na Câmara.
O deputado Wladimir Costa (Solidariedade/PA) solta confetes durante sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, em Brasília (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
Em 2017, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. O político recorre da decisão.
Em 2016, Wladimir Costa já havia sido condenado à perda de mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). Na ocasião, a Corte julgou a arrecadação e gastos ilícitos na campanha eleitoral do deputado. Wladimir Costa declarou que gastou R$ 642.457,48 durante sua campanha à Câmara Federal, mas segundo o MPE, o candidato deixou de declarar R$ 149.950 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas. O deputado recorreu da decisão.
Fonte: G1
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