Ex-presidente do Peru divulga carta em que diz ter sido sequestrado e chama sua sucessora de ladra

Em uma carta divulgada nessa segunda-feira (12), o ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, que foi preso na semana passada após tentar dissolver o parlamento do país, afirma ter sido “sequestrado” e diz estar se sentindo humilhado.

Dedicada ao “querido povo peruano grandioso e paciente”, a carta, escrita da prisão, foi compartilhada no Twitter oficial do ex-líder do país.

“Eu, Pedro Castillo, o mesmo que há 16 meses foi eleito por todos vocês para servir como presidente constitucional da República”, escreve o ex-presidente.
No documento, ele define os últimos acontecimentos como “o momento mais difícil” de seu mandato e afirma ter sido maltratado e estar incomunicável.

“Falo agora para reiterar que sou incondicionalmente fiel ao mandato popular e constitucional que detenho como presidente e não renunciarei ou abandonarei minhas altas e sagradas funções”, diz o ex-presidente.

Castillo, no entanto, sofreu impeachment horas após anunciar a dissolução do parlamento e, na tarde da própria quarta-feira, sua vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu seu lugar à frente da nação latino-americana. À ocasião, ela afirmou que os atos de Castillo haviam sido uma tentativa de golpe de Estado.

“O que foi dito recentemente por uma usurpadora não passa de jogo sujo e baboseira da direita golpista. Portanto, o povo não deve cair no jogo sujo das novas eleições”, escreve o ex-presidente na carta.

Novas eleições

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, apresentará um projeto de lei ao Congresso para antecipar as eleições gerais em dois anos, até abril de 2024, disse ela nessa segunda. Dina assumiu na semana passada, depois da deposição do ex-presidente Pedro Castillo. Ele foi destituído pelo Congresso e preso por tentar dissolver a legislatura em um esforço para evitar uma votação de impeachment.

“Interpretando a vontade da cidadania decidi tomar a iniciativa para alcançar um acordo com o Congresso da República para antecipar as eleições gerais para o mês de abril de 2024”, disse ela em uma mensagem à nação exibida na televisão.

A declaração de Dina de que apresentará o projeto de lei nos “próximos dias” ocorre depois que dois adolescentes foram mortos e quatro pessoas ficaram feridas no Peru no domingo (11), durante protestos exigindo que o país realizasse eleições gerais após a deposição de Castillo.

Os manifestantes, muitos deles partidários do ex-presidente, há dias exigem que o Peru realize eleições em vez de permitir que Dina permaneça no poder até 2026, quando o mandato de Castillo terminaria. Alguns manifestantes também pedem que o Congresso seja fechado.

Por Redação

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