Ex-auxiliar acusa de assédio sexual brasileiro que é deputado nos Estados Unidos

Um ex-auxiliar do deputado George Santos o denunciou por assédio sexual e violação do código de ética ao Comitê de Ética da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. A denúncia foi publicada no Twitter.

Derek Myers, trabalhou brevemente no escritório de George Santos antes de sua proposta de trabalho ser rescindida no início da semana anterior, de acordo com a carta. Myers disse na carta que estava sozinho com George Santos no escritório do deputado, em 25 de janeiro, quando o congressista perguntou se ele tinha um perfil no Grindr, aplicativo de relacionamento voltado para homens gays. Na sequência da publicação, Myers diz que o deputado o convidou para um karaokê e tocou sua virilha. Santos também teria dito que o marido estava fora da cidade.

Uma porta-voz da deputada Susan Wild, membro do Comitê de Ética da Câmara dos deputados dos EUA, afirmou que Myers enviou esta carta para seu escritório.

Myers disse em uma entrevista que também apresentou um relatório à Polícia do Capitólio, falando com um oficial por telefone. No Twitter, ele disse que estava tornando sua reclamação pública por uma questão de transparência.

“São ofensas graves e as evidências e os fatos falarão por si se o comitê abordar o assunto”, escreveu.

Um dia antes de fazer a publicação, o ex-funcionário divulgou gravações que ele havia feito secretamente de Santos e de seu chefe de gabinete, Charley Lovett.

No ano passado, Myers foi acusado de escutas telefônicas em Ohio, depois que um pequeno jornal que ele dirigia publicou o áudio de um depoimento no tribunal que outra pessoa gravou e enviou a ele. Organizações jornalísticas se uniram em torno dele, pedindo que as acusações fossem retiradas em nome da liberdade de imprensa.

George Santos disse ao jornal Semafor que o seu gabinete estava em processo de contratação de Myers, mas havia desistido por causa de preocupações com as acusações de escutas telefônicas. O chefe de gabinete de Santos disse o mesmo ao jornal Talking Points Memo.

Em sua carta ao Comitê de Ética, Myers disse que foi informado de que trabalharia no escritório do George Santos como voluntário antes que sua documentação de emprego fosse processada.

Ele disse na carta que agora acreditava que a situação violava as regras de ética da Câmara e pediu ao comitê que investigasse o deputado por seu uso de trabalho voluntário, bem como por assédio sexual.

Não está claro como o Comitê de Ética irá proceder. Tom Rust, conselheiro-chefe e diretor de equipe do comitê, recusou-se a comentar, e a porta-voz de Wild disse que a congressista não faria “comentários sobre questões potenciais ou pendentes perante o comitê”.

A Polícia do Capitólio não respondeu às mensagens solicitando a confirmação de que o Sr. Myers havia feito uma denúncia.

Questões éticas

George Santos é brasileiro e virou deputado republicano nos Estados Unidos. Ele enfrenta uma série de investigações de promotores sobre suas finanças pessoais e de campanha, além de mentiras sobre seu currículo e histórico familiar. O deputado é gay assumido e casado com um homem.

Até onde se sabe, George Anthony Devolder Santos tem 34 anos, mas parece ter vivido várias vidas. Filho de imigrantes brasileiros nascido no Queens, ele afirmou vir de uma família de judeus que fugiram no nazismo na Europa, diz ter dirigido uma associação de proteção de animais – da qual teria desviado fundos arrecadados –, e contou ter 13 imóveis em seu nome nos Estados Unidos – informação desmentida desde então.

Para completar, mentiu sobre o financiamento de sua campanha, e seu nome aparece ligado ao primo de um oligarca russo, Viktor Vekselberg, visado por sanções norte-americanas. Sua eleição também teria contado com o apoio financeiro da família do italiano Rocco Oppedisano, preso por transporte ilegal de imigrantes.

Santos chegou passar alguns períodos de sua vida no Brasil. Ele fala português com sotaque americano, mas isso não o impediu de ser acusado, segundo informações divulgadas pela imprensa, de ter feito compras em uma loja calçados em Niterói usando cheques roubados.

Por Redação

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