Estados Unidos devolvem à Itália uma cópia original de carta escrita pelo navegador Cristóvão Colombo em 1493

O Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) dos Estados Unidos anunciou a devolução de uma cópia original de carta escrita pelo navegador Cristóvão Colombo à monarquia espanhola em 1493. Trata-se de um item que voltará à Biblioteca Nacional de Veneza (Itália), de onde havia sido furtada na década de 1980 e acabou parando no acervo de um colecionador norte-americano.

Um processo foi aberto e o dono relatou ter adquirido a missiva de um negociante de livros raros há 20 anos, sem suspeitar da procedência irregular do material.

Escrito em latim, o material é uma das 30 primeiras edições sobreviventes da missiva em que ele informou os monarcas Isabel e Fernando sobre as descobertas que havia realizado no continente americano. A mensagem era uma espécie de “prestação de contas” aos monarcas, financiadores da viagem ao chamado “Novo Mundo”.

Cópias da carta são extremamente raras e altamente valorizadas por colecionadores e historiadores. A versão que voltou à Itália esta semana é conhecida como edição “Plannck I”. O título alude a Stephan Plannck, um importante impressor que publicou duas edições da carta há mais de 500 anos.

Quando o documento foi recuperado, em 2020, uma avaliação oficial feita por especialista estipulou o valor da relíquia em mais de US$ 1,3 milhão.

Gesto amplo

“Esta é a quarta edição original desta carta roubada nas últimas décadas e não poderíamos estar mais felizes em devolvê-la”, declarou Patrick Lechleitner, vice-diretor de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos.

Outras cópias furtadas incluem uma remetida de volta à Biblioteca do Vaticano em 2018 e outra entregue a uma instituição da Catalunha (Espanha). Em 2016, os Estados Unidos devolveram uma cópia de oito páginas que havia sido retirada de biblioteca em Florença, na Itália, e acabou parando no acervo da Biblioteca do Congresso norte-americano.

A devolução da carta à Itália faz parte de um esforço mais amplo dos Estados Unidos para repatriar objetos furtados ou mesmo roubados. Relatório elaborado com a chancela da Casa Branca, em Whashington, listas mais de 20 mil objetos devolvidos a mais de 40 países e instituições desde 2007.

Na lista estão estão obras de arte saqueadas por nazistas, sarcófagos egípcios, pinturas francesas, esculturas italianas, fósseis de dinossauros mongóis e chineses. Até restos humanos já voltaram “para casa”.

Por Redação

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