Espionagem: Estados Unidos recuperam “destroços significativos”, incluindo sensor do balão chinês derrubado pelos militares americanos

As operações de salvamento da Marinha dos EUA recuperaram partes importantes, incluindo itens que indicam se tratar de um artefato para espionagem, dos restos do objeto que as autoridades dizem ser um balão de vigilância chinês abatido na costa da Carolina do Sul na semana passada, informou o Comando Norte dos EUA nesta segunda-feira.

“As equipes conseguiram recuperar destroços significativos do local, incluindo todos os sensores prioritários identificados e peças eletrônicas”, disse o Comando Norte dos EUA em um comunicado. Há uma semana, equipes já haviam recuperado as primeiras peças do artefato.

“Grandes seções da estrutura” também foram recuperadas na segunda-feira na costa da Carolina do Sul, disseram oficiais militares. Cerca de 30 a 40 pés (9 a 12 metros) das antenas do balão estão entre os itens encontrados, de acordo com a emissora CBS.

“O clima permitiu as operações do guindaste no local no final da semana passada. As atividades de recuperação subaquática são limitadas e dependentes do clima”, informa a nota. Os destroços serão examinados por técnicos do FBI.

A “recuperação”, no jargão dos salvamentos marítimo, refere-se ao ato de retirar objetos das profundezas. O termo é diferente de “localizar” detritos subaquáticos e mapeá-los para resgate posterior.

O brigadeiro general Pat Ryder fez a distinção durante uma entrevista coletiva no Pentágono na tarde de sexta-feira.

Os mergulhadores da Marinha estão usando drones subaquáticos MK 18 “MOD 1” Swordfish e MK 18 “MOD 2” Kingfish, equipados com sonares, para rastrear os destroços do balão, de acordo com oficiais de defesa. O Swordfish é projetado para reconhecimento de baixa visibilidade em águas rasas, enquanto o Kingfish pode mergulhar mais fundo.

Destroços do aparato caíram a cerca de 10 quilômetros da costa em uma área de cerca de 15 metros de profundidade.

Também nesta terça-feira, autoridades americanas disseram que os Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis) abatidos nos últimos dias após o primeiro balão integravam iniciativas comerciais ou de pesquisa inofensivas que não representavam uma ameaça real para os Estados Unidos.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que os investigadores ainda não encontraram nenhuma evidência de que os três objetos estivessem conectados ao programa de vigilância de balões da China, semelhante ao primeiro balão abatido.

Segundo ele, nada tampouco foi encontrado sugerindo que os três objetos fossem parte de um esforço de coleta de informações de outro país.

“Não vimos nenhuma indicação ou qualquer coisa que aponte especificamente para a ideia de que esses três objetos faziam parte do programa de espionagem da RPC ou que estavam definitivamente envolvidos em esforços externos de coleta de inteligência”, disse ele a repórteres, referindo-se ao República Popular da China pela sigla RPC.

A China insiste que o primeiro balão, que passou dias pairando sobre a América do Norte, era uma aeronave itinerante, não militar, de observação do clima. Mas os Estados Unidos dizem que era um sofisticado veículo espião de alta altitude, que faz parte de um programa global.

Ele foi abatido por um caça US F-22 Raptor, na costa da Carolina do Sul, em 4 de fevereiro, e as equipes têm trabalhado desde então para recuperar os destroços e analisá-los. As informações são da agência de notícias AFP e do jornal O Globo.

Por Redação

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