El Niño pode afetar produção agrícola brasileira, apontam especialistas
Após três anos consecutivos de ocorrência do fenômeno La Niña, que se caracteriza pelo o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño, responsável pelo aquecimento das temperaturas no Pacífico, tem influenciado no clima global desde o último mês. No Brasil, os efeitos do fenômeno climático são sentidos de diferentes formas em cada região. No Nordeste, por exemplo, o El Niño pode ser responsável pelo aumento do período de seca e o aumento das queimadas florestais. O fenômeno também pode provocar chuvas mais intensas no Sul do Brasil e um calor atípico na região Sudeste. Em entrevista à Jovem Pan News, Rafael Battisti, secretário da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, disse que a produção dos cultivos de inverno, como trigo, aveia e cevada, pode ser prejudicada.
“De forma geral, se a gente pegar os cereais de inverno, principalmente o trigo, isso acaba afetando a qualidade, porque a gente vai ter um volume de chuva maior e maior temperatura durante o período de colheita, o que acelera o desenvolvimento de doenças fúngicas, reduzindo a qualidade do produto, o que pode ocasionar uma elevação de preço. Mas, em relação ao preço, a gente tem que estar observando o cenário internacional, como é que vai estar precificando, dadas as regiões do globo que também vão ser afetadas pelo El Niño, de forma positiva ou negativa. Por exemplo, na Austrália a gente tem redução do volume de chuva, enquanto que nos Estados Unidos a gente não tem um grande efeito nas regiões produtoras de grãos”, explicou Battisti.