Dormir pouco pode aumentar vontade de comer guloseimas

Dormir pouco pode aumentar vontade de comer guloseimas   Notícias   R7 Saúde

Pessoas que dormem pouco escolhem alimentos mais calóricos

Dormir pouco faz nosso cérebro escolher alimentos mais calóricos e recompensadores, segundo pesquisa realizada pela Universidade Northwestern Medicine, em Chicago, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica eLife. A privação de sono faz com que a preferência alimentar favoreça comidas doces e gordurosas.
Não se sabe exatamente como esse processo acontece. A hipótese é que a falta de sono altere o sistema endocanabinóide, uma complexa rede de moléculas no sistema nervoso que controla processos biológicos como o apetite. Em ratos, esse sistema influencia a área do cérebro que processa odores, conectando o olfato à escolha de alimentos.
O estudo monitorou 25 pessoas saudáveis. Primeiramnte, os participantes tiveram uma semana de sono estável (de 7 a 9 horas). Depois, eles foram aleatoriamente divididos em dois grupos. Um dormiu apenas 4 horas e o outro, 8. O processo se repetiu durante 4 semanas para que os participantes tivessem um período de recuperação de sono e para que o resultado não tivesse interferência do ciclo menstrual das mulheres.
Foram realizados testes de cortisol para verificar o estresse, porém os resultados não apresentaram mudanças significativas, indicando que uma noite de privação de sono não aumenta o nível de ansiedade e estresse. Os participantes passavam por uma ressonância magnética para verificar a sonolência e a atividade cerebral. Depois, um bufê era disposto para que eles escolhessem o que quisessem.
A noite curta de sono aumentou a quantidade de 2-oleoilglicerol, uma molécula parte do sistema endocanabinóide. Os indivíduos com maior presença de 2-oleoilglicerol optaram por alimentos mais calóricos. Além disso, as pessoas que dormiam menos tinham maior atividade na parte do cérebro que identifica odores, o córtex piriforme.
Essa parte do cérebro é conectada à região responsável por armazenar as informações sobre o estado do corpo e controlar a ingestão de alimentos, a ínsula. As pessoas que dormiam menos também apresentaram alterações nessa conexão. Essa alteração, que ocorreu devida à alta presença de 2-oleoilglicerol, foi associada à preferência por alimentos calóricos.
Os efeitos da privação de sono continuavam no dia seguinte, mesmo que a pessoa dormisse normalmente. Isso indica que uma única noite de sono restrito pode ter efeitos relativamente duradouros nas escolhas alimentares.
Segundo a revista eLife, somente nos Estados Unidos, uma em cada três pessoas dorme menos de seis horas por noite. Aprender mais sobre como a privação do sono afeta as vias cerebrais e a escolha de alimentos pode ajudar os cientistas a desenvolver novos medicamentos ou terapias comportamentais para condições como a obesidade, afirma a publicação.
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Fonte: noticias.r7.com

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